Agência da ONU discute comércio e desenvolvimento em crise

A Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em inglês) lançará o seu Relatório de Comércio e Desenvolvimento (TDR) para 2013 nesta quinta-feira (12), no Rio De Janeiro, no Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (Unic-Rio), com discussões sobre a crise internacional, o aumento da desigualdade de renda, o papel econômico cada vez menor do Estado e a regulamentação insuficiente do setor financeiro.

Conferência da ONU para Comércio e Desenvolvimento - ONU

Durante uma coletiva de imprensa, o Unic-Rio lançará o documento elaborado para UNCTAD com base nos dados de 2012 e 2013, sobre as estratégias de desenvolvimento mundiais e o comércio internacional.

O evento terá a presença do professor do Instituto de Economia da Unicamp, Antonio Carlos Macedo e Silva, que abordará uma das conclusões do relatório, sobre a necessidade de garantir-se um papel maior para a demanda doméstica dos países, em contexto de crise internacional.

“Não há como retomar as estratégias pré-crise para alcançar o crescimento econômico”, adverte o TDR. O estudo recomenda que estas abordagens sejam substituídas por políticas voltadas para o crescimento equilibrado, com maior ênfase na demanda doméstica e regional, ao invés da forte dependência nas exportações.

O professor Macedo e Silva é pesquisador do Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica (Cecon), e atuou no programa sobre Estratégias de Globalização e Desenvolvimento da UNCTAD, em Genebra, em 2011.

O relatório, cujo subtítulo é “Ajustes às dinâmicas em transformação da economia mundial”, ressalta que o desenvolvimento e as economias em transição não podem mais depender das exportações para países desenvolvidos, visto que o crescimento da demanda do consumidor em países ricos caiu consideravelmente e as economias dos países industrializados devem crescer lentamente por alguns anos.

O secretário-geral da UNCTAD Supachai Panitchpakdi já se pronunciou diversas vezes sobre a necessidade de regulamentação do setor financeiro e da cooperação entre os países desenvolvidos e os países emergentes, sobretudo em contexto de crise mundial. O fórum foi estabelecido em 1964 "para abordar as necessidades dos países em desenvolvimento e dos empobrecidos em relação ao comércio e ao desenvolvimento, e essas necessidades continuam relevantes na atualidade", disse o secretário-geral em uma entrevista do ano passado.

A UNCTAD aconselha os governos de países desenvolvidos e em desenvolvimento a canalizar o crédito para investimentos eficazes na “economia real”, ou seja, em atividades como indústria, agricultura, serviços e infraestrutura, e pede aos governos que abordem as causas fundamentais da crise, incluindo o aumento da desigualdade de renda, o papel econômico cada vez menor do Estado e a regulamentação insuficiente do setor financeiro.

Com informações do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil,
Da redação do Vermelho