Movimentos organizados integram Grito dos Excluídos no país
Não há como prever, mas se depender da mobilização nas redes sociais a 19ª edição do Grito dos Excluídos, que ocorre tradicionalmente desde 1995 em 7 de Setembro, levará milhares às ruas. A data promete reviver o mês junho, quando diversos protestos mobilizaram multidões. O tema deste ano do Grito traduz o sentimento dos movimentos: "Juventude que ousa a lutar Constrói Projeto Popular". Participam organizações como União da Juventude Socialista (UJS) e Levante Popular da Juventude.
Publicado 06/09/2013 17:10
Em São Paulo, o Grito começa com uma missa na Catedral da Sé, às 8 horas. Depois, por volta das 9 horas, começa a concentração em frente à catedral para a mobilização de rua. Os manifestantes seguirão em marcha até o Parque da Independência, no Ipiranga, local onde D. Pedro I declarou a independência do Brasil, em 1822. No local, haverá um contraponto em frente ao monumento da indepedência.
Em Brasília, a concentração será às 12 horas na Esplanada dos Ministérios.A UJS participa do ato juntamente com outros movimentos organizados.
Também haverá mobilização em Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Brasília (DF), Recife (PE), Campinas (SP), Curitiba (PR) e Manaus (AM) onde ocorre uma vigília desde às 18h desta sexta-feira (6), em frente ao Tribunal de Justiça, no Aleixo, Zona Centro-Sul. A concentração da caminhada na capital amazonense será às 13h, em frente ao Shopping Grande Circular, na Zona Leste da cidade.
De acordo com Edney Mendonça, representante da Arquidiocese de Manaus no evento, a programação do primeiro dia do evento será um momento de reflexão com a comunidade. Segundo ele, a vigília terá duração de duas horas. "Serão discutidas questões como a morosidade da justiça, a influência do poder judiciário na vida das pessoas e a corrupção”, disse.
CTB
A Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) Regional Sul da Bahia e sindicatos filiados participam do 19º Grito em Itabuna, Bahia. Durante a marcha, a CTB distribuirá uma nota chamando atenção da sociedade para a pauta dos trabalhadores que está emperrada no Congresso Nacional, como a rejeição ao Projeto de Lei 4330, que pretende regulamentar a terceirização (abaixo a nota da CTB).
Ainda no estado baiano, a CTB, juntamente com o PCdoB, participa do Grito dos Excluídos na capital soteropolitana para engrossar o calda da massa que clama por mudanças e melhorias sociais. Entre as bandeiras dos trabalhadores, está a da solidariedade ao povo sírio que sofre a ameaça de uma guerra imperialista, além do repúdio à espionagem dos Estados Unidos. Durante o ato, será queimado um boneco do presidente americano, Barack Obama. pela reforma política democrática. A concentração está marcada para as 9h, na avenida Leovigildo Filgueiras, Garcia, esquina do Teatro Castro Alves.
Outra bandeira levantada pela central é a da democratização da mídia e por isso colocará uma banca na praça da Piedade para coletar assinaturas em favor da aprovação do Projeto de Lei de Iniciativa Popular (Plip) pela democratização da comunicação no país. Participam da ação os comitês Municipal e Estadual do Partido Comunista e a Assufba Sindicato.
O que é o Grito dos Excluídos?
Organizado pela Pastoral Social da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), tem apoio de movimentos sociais como o Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de organizações comprometidas com a causa dos excluídos. Constitui-se numa mobilização com três sentidos: Denunciar o modelo político e econômico que, ao mesmo tempo, concentra riqueza e renda e condena milhões de pessoas à exclusão social; tornar público, nas ruas e praças, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome; propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com a participação ampla de todos os cidadãos.
O que querem os trabalhadores:
> Rejeição ao Projeto de Lei 4330
Facilita a contratação de trabalhadores através de empresas terceirizadas que terá como consequência a precarização das condições de trabalho, a desvalorização dos salários e a redução de vagas nos concursos públicos;
> Fim do Fator Previdenciário
Cálculo instituído pelo governo FHC que reduz o valor dos benefícios e pensões pagos pela Previdência Social
> Redução da Jornada de Trabalho
Diminuição da jornada semanal de trabalho de 44 para 40 horas sem redução de salários, o que combinado com a política de limitação de horas extras pode gerar milhares de empregos;
> Democratização dos Meios de Comunicação
Assine o abaixo-assinado em apoio ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular pela Democratização da Comunicação. Procure o sindicato de sua categoria;
> Fim dos Pedágios
O governo pretende privatizar todas as rodovias viáveis à cobrança do pedágio e já marcou o leilão de privatização da BR 101 para o dia 23 de outubro de 2013.
(foto: protesto contra aumento ônibus em 11/6, de daniel almeida-Agência Estado)