Irã critica declarações "apressadas" da Liga Árabe contra Síria
Porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da República Islâmica do Irã, Marzieh Afjam afirma que a postura da Liga Árabe (LA) sobre a Síria, de condenação ao governo do presidente Bashar Al-Assad nas alegações de uso de armas químicas, é “política e antecipada”. A porta-voz, em declarações nesta segunda-feira (2), referia-se ao comunicado da Liga após um encontro de chanceleres no domingo (1º/9).
Publicado 02/09/2013 16:20
Em sua declaração, a Liga Árabe condena o governo do presidente Assad pelos ataques químicos de 21 de agosto (em que centenas de pessoas teriam morrido, de acordo com diferentes relatos), ainda antes dos resultados da investigação conduzida pela equipe da ONU.
De acordo com a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores iraniano, Marzieh, a postura é politizada e aprofunda a crise na Síria, além de “estimular e alentar o uso da força”, como “uma ação perigosa”.
Para Marzieh, a reunião dos ministros da Liga e a sua declaração servem apenas para pressionar o governo sírio, contra quem a organização já vem atuando, desde a sua suspensão em 2011, e ainda com a transferência do assento sírio ao grupo de oposição baseado no exterior (a chamada Coalizão Nacional das Forças da Revolução e da Oposição Síria, CNFROS).
Marzieh advertiu também para a possibilidade de qualquer ação militar contra a Síria se estender por todo o Oriente Médio. “A República Islâmica do Irã acredita que as declarações e as medidas deveriam centrar-se em evitar a ampliação da crise e o ingresso da região em qualquer fase em que não se vislumbre um fim”, sublinhou.
Ainda que a Liga Árabe tenha evitado apoiar uma possível intervenção militar contra a Síria, condenou o governo de Assad pelo ataque químico, para o qual ainda não há evidências conclusivas sobre a sua autoria. Além disso, a Liga também pediu que a ONU e a comunidade internacional tomem medidas dissuasoras contra Damasco.
Marzieh referiu-se às declarações “ilógicas” do chanceler da Arábia Saudita, Saud al-Faisal, que disse que a oposição à intervenção militar contra a Síria teria alentado Damasco a “executar os seus crimes”. Para a porta-voz, as afirmações de al-Faisal são baseadas em análises e informações unidirecionais.
Com informações da HispanTV