Mulheres no Parlamento deve ser tema da reforma política
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB- AM-foto) quer uma reforma política inclusiva, que leve mais mulheres para dentro do Parlamento. Ela se manifestou durante sessão nesta quinta-feira (29), que discutiu o tema no Plenário do Senado, com a presença da presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia.
Publicado 29/08/2013 15:34
“O Parlamento não tem a cara da população brasileira”, disse, referindo-se ao fato de as mulheres serem maioria da população e, no Congresso Nacional, nas câmaras e assembleias legislativas, a média da representação feminina ficar em torno de 10%.
Ainda quanto à presença de mulheres no Parlamento, ela contou que o Brasil ocupa o trigésimo lugar, entre 34 países das Américas e Caribe, e está na 158ª posição, em termos mundiais.
Na opinião da senadora, o Congresso deve tomar consciência de que a sociedade brasileira é machista e adotar medidas concretas para mudar essa realidade. Ela considera que a cota mínima obrigatória de 30% de mulheres no registro de candidaturas pelos partidos ou coligações não teve o resultado esperado.
Para agradar ao povo
A ministra Cármen Lúcia discordou da senadora quanto aos efeitos da cota. Ela revelou que, em 2012, um partido que não cumpriu esse mínimo teve o registro de candidaturas invalidado. Na opinião da ministra, a sociedade precisa pressionar os partidos para evitar a distribuição desigual de recursos ou de tempo de televisão, nas campanhas eleitorais.
Ela também falou sobre a responsabilidade dos congressistas para buscar consensos para aprovar uma reforma política que agrade ao povo. E os encorajou a prosseguir com a tarefa, por mais que sejam incompreendidos às vezes.
Na opinião dela, a sociedade precisará de esclarecimentos prévios. Até para que seja feito um plebiscito ou referendo sobre a reforma política será essencial que os cidadãos tenham esses esclarecimentos, saibam o que estão votando e para que estão votando, para não se frustrarem depois, disse Cármem Lúcia.
“É preciso explicar quais são os modelos, quais são as formas adotáveis e até mesmo as consequências de cada um deles, para que não se pense que a solução ‘é mágica’”, exemplificou.
Na opinião de Cármen Lúcia, o trabalho difícil dos legisladores está justamente em encontrar a tônica para não decepcionar os cidadãos, expressando na lei a vontade do eleitor e as peculiaridades de cada rincão do país, já que no Brasil se vivem realidades distintas.
Da Redação em Brasília
Com Agência Senado