Clarín e governo participam de audiência sobre Lei de Meios

A Corte Suprema da Argentina promoveu na manhã desta quarta-feira (28), em Buenos Aires, a primeira sessão da audiência pública do caso envolvendo o Clarín e o governo de Cristina Kirchner. A empresa briga na Justiça para que dois artigos antimonopólio da nova Lei de Mídia sejam considerados inconstitucionais.

O advogado Beinusz Szmukler, da Associação de Juristas da Argentina, falou a convite do governo. Disse ser "uma vergonha" a demora na aplicação da lei, e que o Clarín "é um monopólio informativo integrado à rede mundial da desinformação".

Leia também:
Governo argentino defende Lei de Meios e critica Grupo Clarín
 
A favor do Clarín, Eduardo Ozeiza, da Associação de Organizações de Empresas de TV Paga para a Ibero-América, traçou paralelo com a legislação norte-americana. Segundo ele, nos EUA, limitar licenças é "inconstitucional".

Para encerrar, o microfone foi passado à procuradora-geral da Argentina, Alejandra Gils Carbó, que pediu uma sentença "histórica". "Não pode haver direitos adquiridos nem violação da propriedade privada através de posição construída violando direitos humanos", afirmou.

A audiência será retomada nesta quinta (29), quando Clarín e governo irão expor argumentos e responder a perguntas dos magistrados.

Em frente ao Palácio de Justiça, um palco foi armado pelos que apoiam a Lei de Mídia. Uma das mães da praça de Maio discursou: "Basta de monopólio!".

A disputa se arrasta há mais de três anos. Nesse período, o Clarín conseguiu liminares na Justiça impedindo a aplicação da lei.Pela legislação de 2009, o conglomerado teria que se desfazer de várias licenças de rádio e TV. A lei estabelece limite de 24 licenças, e o Clarín, que atua em TVs aberta e a cabo, rádio, internet e jornais, possui mais de 200.

Com Folha.com