Sesa realiza ações no Dia Nacional de Combate ao Fumo
A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) realizará atividades educativas e prestará orientações e serviços sobre o tabagismo nesta quinta-feira, 29 de agosto, Dia Nacional de Combate ao Fumo, das 14h às 18h, no Shopping Center Um, Aldeota.
Publicado 28/08/2013 10:28 | Editado 04/03/2020 16:27
Criado por lei em 1986, o Dia Nacional de Combate ao Fumo tem como objetivo reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população brasileira para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco. Os fumantes que circularem pelo shopping terão a oportunidade de saber o nível de contaminação por monóxido de carbono nos pulmões, medido através do monoxímetro.
Com abordagem voltada para a iniciação ao fumo, a campanha do Dia Nacional de Combate ao Fumo trabalha este ano o uso do narguilé, também é conhecido como cachimbo d’água ou shisha. De acordo com dados de pesquisa de 2008, o cachimbo de origem oriental tinha, na época, quase 300 mil consumidores no país. O uso de narguilé está associado com o desenvolvimento do câncer de pulmão, doenças respiratórias, doença periodontal e com o baixo peso ao nascer, além de possibilitar a exposição a doses suficientes de nicotina que causam dependência. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma sessão de narguilé dura em média de 20 a 80 minutos, o que corresponde à exposição de todos os componentes tóxicos presentes na fumaça de aproximadamnente 100 cigarros.
Estudos também apontaram que o uso de narguilé, após 45 minutos de sessão, acarreta elevação das concentrações plasmáticas de nicotina, de monóxido de carbono expirado e dos batimentos cardíacos. Ocorre também maior exposição a metais pesados, altamente tóxicos e de difícil eliminação, como o cádmio. A longo prazo, seu consumo pode causar câncer de pulmão, boca e bexiga, aterosclerose e doença coronariana. Mas os riscos do uso do narguilé não estão somente relacionados ao tabaco, mas também a doenças infecto-contagiosas. O hábito de compartilhar o bucal entre os usuários pode resultar na transmissão de doenças como herpes, hepatite C e tuberculose.
O Programa de Controle do Tabagismo da Secretaria da Saúde do Estado atende a população no Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM) e no Centro de Saúde Meireles. No HM, o programa foi criado em 2002 e já ajudou mais de 2 mil fumantes a abandonarem o vício. Tanto no HM quanto no Meireles, fumantes são acompanhados por equipes multiprofissionais, formadas por médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiras, nutricionistas.
No início do tratamento os pacientes são ouvidos sobre a motivação para deixar de fumar. São realizados exames para conheci mento sobre o quadro de saúde dos pacientes e o grau de dependência da nicotina, uma das principais substâncias encontradas no cigarro. O tratamento é baseado em abordagem cognitivo-comportamental e em uso de medicamentos. Orientações permanentes e em grupo sobre alimentação saudável e os riscos do tabagismo para a saúde também são rotina no Programa de Controle do Tabagismo.
Um único cigarro possui mais de 4 mil substâncias tóxicas, das quais 60 são comprovadamente cancerígenas, causando pelo menos 14 tipos diferentes de câncer. O principal fator de risco de doenças coronárias, como o infarto do miocárdio, é o uso de cigarro. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o tabaco mata cerca de 10 mil pessoas por dia e é a principal causa de morte no mundo, seguida pelo álcool e pela inalação indireta do fumo, ou seja, que atinge aquele indivíduo que não fuma, mas convive com fumantes.
A possibilidade de o fumante passivo sofrer um infarto chega a ser 24% mais que uma pessoa que nunca foi exposta ao cigarro. Segundo o Inca – Instituto Nacional do Câncer, o número de mortes anuais chega a 2.655. O tabagismo também é considerado uma doença pediátrica, pois quem mais sofre com o fumo passivo são as crianças, que podem desenvolver doenças cardiovasculares.
Segundo dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2011), realizado pelo Ministério da Saúde, o número de fumantes permanece em queda no Brasil. De 2006 a 2011, o percentual de fumantes passou de 16,2% para 14,8%. A incidência de homens fumantes no período 2006-2011 diminuiu a uma taxa média de 0,6 % ao ano.
O Vigitel 2011 apontou que 11,8% dos brasileiros não-fumantes moram com pelo menos uma pessoa que fuma dentro de casa. Além disso, 12,2% das pessoas que não fumam convivem com algum colega fumante no local de trabalho. De acordo como o INCA, pelo menos 2,6 mil não fumantes morrem no Brasil por ano devido a doenças provocadas pelo tabagismo passivo. Realizada nas capitais, a pesquisa mostrou que 10% da população de adultos de Fortaleza é de fumantes.
Mais informações sobre o serviço do Centro de Saúde do Meireles podem ser obtidas pelo telefone 31011440. No Hospital de Messejana, os que querem deixar de fumar podem solicitar informações pelo telefone 3101.4062.
Fonte: Sesa