Cuba declara oposição a qualquer ação militar na Síria
O Ministério de Relações Exteriores de Cuba (Minrex) enfatizou, nesta quarta (28), a oposição a “qualquer tentativa de minar a independência, a soberania e a integridade territorial da Síria”. Em declaração publicada no Granma, o organismo afirma ser “alarmante os pronunciamentos do governo dos EUA e de aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pedindo uma ação militar na Síria, ignorando os esforços para chegar a uma solução política para o conflito que sangra a nação árabe".
Publicado 28/08/2013 10:23
"Uma agressão contra a Síria poderia causar graves consequências para a conturbada região do Oriente Médio, seria uma flagrante violação dos princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional e aumentar os perigos para a paz e segurança", diz a nota do Minrex.
Para o ministério cubano, é preciso observar que os defensores da ação militar contra a Síria, são os mesmos que lançaram as guerras sangrentas, sem um mandato do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo o documento, essas agressões aconteceram “sob a mentira deliberada da existência de armas de extermínio em massa, ou sob o pretexto da proteção a civis” e tiveram como consequência, “a morte de pessoas inocentes, incluindo crianças”.
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O Minrex indicou que a ameaça de ataque contra a Síria se produz “precisamente quando o governo do país autorizou a Missão de Investigação da ONU sobre o suposto uso de armas químicas”.
Em nome de Cuba, o ministério condena o uso de armas químicas e outras de extermínio em massa e afirma estar “comprometido com a Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Armazenamento e Emprego de Armas Químicas, assim como com o cumprimento de suas disposições”.
No entanto, o organismo governamental assinala que a informação disponível sobre a crise na Síria é “fragmentada, imprecisa e objeto de frequente manipulação” e, por isso, uma agressão ao país teria graves consequências para o Oriente Médio, além de v”iolar os princípios da Carta da ONU e o Direito Internacional, aumentando ainda o perigo para a ordem de paz e a segurança internacional”.
Fidel Castro
Mais cedo, o ex-presidente e comandande da Revolução Cubana, Fidel Castro, publicou um texto de reflexão, intitulado “A Mentira Tarifada”, no qual comenta os “graves acontecimentos que estão para ocorrer”.
De acordo com Fidel, “não se trata simplesmente de que os mísseis de cruzeiro apontem para objetivos militares da Síria, mas que esse valente país árabe, situado no coração de mais de um bilhão de muçulmanos, cujo espírito de luta é proverbial, declarou que resistirá até o último alento a qualquer ataque a seu país”.
Ele lembrou ainda que há interesses particulares por trás da possível intervenção militar: “Todos os membros da Otan, aliados incondicionais dos Estados Unidos e uns poucos países petroleiros aliados ao império naquela região do Oriente Médio, garantem o abastecimento mundial de combustíveis de origem vegetal, acumulados ao longo de mais de um bilhão de anos”.
Da redação do Vermelho,
Com informações do diário cubano Granma e da Prensa Latina