Apoio: Movimentos sociais distribuem flores a médicos cubanos
Após serem hostilizados por um grupo de médicos na noite da última segunda-feira (26/08), em Fortaleza, a manifestação desta terça-feira (27/08) foi de apoio e acolhida. Liderada por representantes de movimentos sociais, os médicos cubanos que participavam da capacitação receberam flores brancas e manifestações de carinho e apoio.
Publicado 28/08/2013 11:14 | Editado 04/03/2020 16:27
Solidariedade e acolhida. Flores em vez de vaias e ofensas. Ao final do segundo dia do curso de capacitação promovido pelo Ministério da Saúde, os médicos estrangeiros que participam do programa Mais Médicos e estão em Fortaleza foram homenageados por representantes dos movimentos sociais de Fortaleza. Cerca de 50 pessoas participaram do ato em defesa dos médicos estrangeiros, que retribuíram o carinho emocionados.
Os apoiadores esperavam a saída dos médicos, mas foram convidados a entrar no local da capacitação, realizada na Escola de Saúde Pública (ESP). Lá, eles cantaram músicas em homenagem a Cuba e entregaram as flores.
Opiniões
Antônio Ibiapino da Silva, presidente da Casa de Amizade Brasil-Cuba do Ceará, lamentou a hostilidade dos médicos cearenses. “Aquilo não foi um ato nem do povo brasileiro, nem do povo cearense. A maioria do nosso povo é muito acolhedor e muito decente. Foi uma injustiça, uma grosseria inaceitável”. “O que aqueles médicos fizeram foi uma questão de classe. Estamos aqui para um ato de acolhida”, afirmou Camila Silveira, da União da Juventude Socialista (UJS).
A jornalista Ivina Carla, que também participou do ato de apoio aos médicos cubanos, disse que a iniciativa foi espontânea. “Foi algo planejado, sem ser. Fomos movidos pelo sentimento mais terno e mais lindo que pode existir no ser humano: a solidariedade. Estávamos com vergonha também, vergonha e indignação pelo que havia ocorrido no dia anterior, porque nada daquilo nos representava. Nós não somos aquele povo, cheio de rancor, mágoa, ódio e estupidez que foi hostilizar quem veio pra somar”, ratificou acrescentando: “Aqueles olhares que agradeciam, que se sentiam parte de uma luta que é internacional, pela solidariedade dos povos vai ser algo que me acompanhará para sempre”.
Além da UJS, também acolheram os médicos estrangeiros representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, da União Nacional dos Estudantes, da União Brasileira de Mulheres e da Casa da Amizade Brasil-Cuba no Ceará.
Mais
No protesto da segunda-feira, foi organizado pelo Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec), os médicos estrangeiros foram vaiados e chamados de “escravos” e “incompetentes”.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou de “truculenta” e “xenofóbica” a atitude de médicos brasileiros que hostilizaram médicos cubanos em Fortaleza.
De Fortaleza,
Carolina Campos (com informações dos jornais locais)
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