Presidente eleito do Mali deve restabelecer estrutura do país
O presidente da República Islâmica do Irã, Hassan Rouhani, congratulou o presidente eleito do Mali, Ibrahim Bubacar Keita, nesta terça-feira (27), através de uma breve mensagem ao novo chefe de Estado no país norte-africano. As eleições foram finalizadas no dia 11 de agosto, quando Keita venceu com 77,6% dos votos.
Publicado 27/08/2013 15:02
Rouhani, ele mesmo recém-eleito como presidente do Irã, disse desejar que sob o mandato de Keita, o país consiga restabelecer a paz e a tranquilidade, já que vive uma crise política desde o golpe militar realizado em 2012 e, depois disso, a intervenção militar liderada pela França, lançada em janeiro de 2013.
O presidente iraniano desejou saúde e prosperidade ao governo e ao povo “amigo e muçulmano” do Mali. Keita, de 68 anos de idade, venceu as eleições no segundo turno, no começo de agosto, com 77,6% dos votos, quando o seu rival era o ex-ministro das Finanças, Soumaila Cisse.
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Grupos observadores de vários países monitoraram as eleições. Na primeira rodada, Keita, que já foi primeiro-ministro do Mali, havia logrado 40% dos votos.
Alguns eleitores, em uma perspectiva simplista do conflito interno e em declarações à emissora britânica BBC, disseram culpar os tuaregues, com o seu movimento separatista na região de Azawad (norte do Mali), pela turbulência política. O golpe militar de 2012, que derrubou o presidente Amadou Touré, foi fundamentalmente assentado no pretexto de que Touré não teve capacidade de lutar e reprimir os tuaregues.
Quase um ano depois, a intervenção militar impulsionada unilateralmente pela França, em sua Operação Serval, de janeiro, legitimava um governo interino nascido do golpe, e intensificava a luta armada contra os tuaregues autonomistas, colocados simplória e equivocadamente no mesmo pacote de rebeldes islamitas em outras frentes, inclusive ligados à rede Al-Qaeda.
Além disso, pesam sobre o ex-presidente Touré denúncias de corrupção profundas, emitidas principalmente por Keita, enquanto presidente da Assembleia Nacional do Mali. O presidente eleito, durante a campanha, teve de rebater acusações de proximidade com os militares por trás do golpe, o que ainda ficará por avaliar.
Enquanto isso, apesar de realizadas sob os auspícios da intervenção estrangeira (que ao invés de ser condenada quando realizada unilateralmente pela França, foi complementada com forças africanas e da ONU), as eleições representam expectativas de mudança no país e de retirada das tropas.
Com agências,
Da redação do Vermelho