36º Congresso da UCE mobiliza 500 estudantes e elege presidente

 

Neste fim de semana (24 e 25/8) aconteceu o 36º Congresso da União Catarinense dos Estudantes (UCE) na cidade de Brusque, a 100 km de Florianópolis. Cerca de 500 estudantes de todo o Estado, representando 85% das instituições de ensino catarinenses se reuniram na Arena Multiuso para debater a situação da educação e ainda temas como meio ambiente, mulheres, LGBT, negros, Reforma Política, Democratização da Mídia, entre outros.
 
No domingo (25), foi eleita a nova diretoria da UCE, que terá a missão de conduzir o movimento estudantil estadual pelos próximos dois anos.
 

O estudante de direito do Centro Universitário de Brusque (Unifebe), Yuri Becker, foi eleito presidente com 87% dos votos válidos pela chapa “Unidade para sacudir Santa Catarina e o Brasil! Em defesa da educação e da democracia”.

A chapa “Oposição de Esquerda” teve 8,3% dos votos válidos e chapa “Pela retomada da luta por educação pública e gratuita para todos!”, teve 4,1%.
 
Para Yuri a regulamentação das universidades privadas e das universidades comunitárias em Santa Catarina serão as principais preocupações da gestão.
 
No Estado 65% dos estudantes estão em universidades comunitárias, que segundo Yuri se assemelham muito com as privadas, onde os alunos quase não tem voz e DCEs e CAs tem muita dificuldade em se estruturar. “Vamos lutar por mais autonomia dos estudantes dentro dessas instituições e a federalização ou estadualização das instituições comunitárias”, afirmou.
 
O presidente eleito destacou ainda como meta de luta para a UCE a expansão das duas universidades federais do Estado, a criação de mais DCEs e CAs e a nomeação de um representante da entidade em cada região de Santa Catarina. “Dessa forma vamos poder resolver os problemas e ajudar os estudantes com mais agilidade”, ressaltou.
 

UCE cria Comissão da Verdade

Durante o 36° Congresso também foi lançada a Comissão da Verdade da UCE. Na mesa estavam presentes: Heitor Bittencourt, presidente do DCE UFSC/UCE (1967-1969), época em que a UCE esteve na clandestinidade; Derlei Catarina de Luca, presa política no congresso da UNE em Ibiúna, Marcos Vivas Fernandez, presidente em 2000/2001, Clarissa Peixoto, presidenta em 2007/2009, Vander Rodermel presidente em 2009/2011, Vick Barros, presidenta da UNE, Dérique Hohn, presidente da gestão cessante 2011/2013 e Gabriel Paixão, Coordenador  da Comissão da Verdade da UCE.
 
A Comissão da Verdade da União Catarinense dos Estudantes terá a missão, em princípio, de resgatar a atuação dos estudantes catarinenses na luta contra a ditadura militar, além de preservar a memória das lutas estudantis.
 
Ainda será papel da Comissão:
 
Elaborar eventos, estudos e pesquisas que eduquem sobre aquilo que aconteceu no estado durante os anos do regime militar e, ao mesmo tempo sirvam de parâmetros para análise e busca da verdade e justiça;
Preservar e arquivar todo material que esteja disponível, em posse de ex-presos e perseguidos políticos, para elaboração e guarda sistemática da memória oral e escrita nas diversas formas em que se encontra.
Desenvolver ações educativas nas questões referentes à Memória Política e em defesa dos Direitos Humanos realizando palestras, mesas redondas, seminários, cursos, elaborando cartilhas educativas, publicando livros, etc.

"Por uma UCE do tamanho de nossos sonhos"
*Yuri Becker

De Norte a Sul, do Oeste ao Vale do Itajaí, somos uma legião de estudantes de universidades federais, estaduais, particulares ou comunitárias. Cada um com a sua pauta específica, mas que, apesar das diversidades, temos várias coisas em comum: a força para lutar, a esperança de vivermos uma educação melhor e a certeza de que mudarmos nossas universidades, cidades, estado e o país! O movimento estudantil, que já era grande no Estado, cresceu ainda mais nos últimos dois anos de ações da UCE.

Ocupamos as universidades de todo o Estado com muita luta, ousadia e irreverência. Percorremos vários quilômetros levando as lutas do movimento estudantil para cada universidade, defendendo a democratização da mídia, a reforma política, os 10% do PIB, os 50% do Fundo Social do Pré-Sal e os tão batalhados 75% dos royalties do Pré-Sal pra educação pública e 25% pra saúde. 

Nas universidades privadas temos as lutas intermináveis contra o aumento excessivo das mensalidades, contra as cobranças de taxas abusivas, a luta pela formação de DCEs, DAs e CAs. Enfrentaremos o debate pela qualidade, repudiando a mercantilização da educação, a final de contas: "Eu pago! Não deveria! Educação não é mercadoria!".

Na UFSC, manteremos a luta de sua expansão para o interior do Estado, bem como a sua melhor estruturação, buscando cada vez mais a qualidade de ensino e de estrutura para todos os acadêmicos. Seguindo na linha das instituições federais, não podemos esquecer dos diversos institutos federais que temos espalhados pelo Estado, lutando sempre pela qualidade de ensino, pela participação dos estudantes nos conselhos e também para que os DCEs, DAs e CAs tenham ainda mais representatividade nas instituições. A Udesc, que é do povo de Santa Catarina, deve ser mais respeitada pelos nossos governantes. Buscaremos a estruturação física da Udesc, travando lutas como a implantação de um RU.

As universidades comunitárias: particulares ou públicas? São públicas que pagamos? Devemos aprofundar esse debate com os estudantes e lutar para que eles tenham voz, podendo escolher pelo voto direto o seu reitor e os rumos da sua instituição de ensino. Vamos unificar nossas lutas e estreitar cada vez mais as ligações entre UCE e as universidades de todo o Estado. Já conquistamos muito, mas queremos conquistar e avançar ainda mais! Já mostramos inúmeras vezes a força da estudantada unida

E assim seguiremos: com a força de guerreiros que somos, com a esperança de vivermos uma educação melhor, e com a certeza de que não descansaremos enquanto não mudarmos a realidade. Por mais 63 anos de luta em defesa dos estudantes, da educação e do povo catarinense! Viva a UCE!

 

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