Príncipe saudita questiona apoio do seu país ao Exército egípcio
O príncipe saudita Khaled bin Talal bin Abdul Aziz Al-Saud foi citado neste domingo (25) pela emissora televisiva Al-Alam, ao ter criticado o apoio do seu país, através do rei Abdullah bin Abdul Aziz Al-Saud, para a destituição do presidente egípcio, Mohamad Mursi, pelo Exército do Egito, em julho. O príncipe teria afirmado, em sua conta de Twitter, que o apoio poderia provocar um levante popular contra a Arábia Saudita.
Publicado 26/08/2013 14:45
O príncipe Khaled advertiu que a expulsão de Mursi do governo poderia ser vista como uma autorização àqueles que planejam a derrubada do rei Abdullah bin Abdul Aziz.
A monarquia saudita, após a destituição de Mursi, tem vocalizado frequentemente o seu apoio ao Exército egípcio, político, financeiro e militar, até mesmo para “cobrir qualquer desfalque” causado pela eventual suspensão do apoio ocidental (através dos EUA e outros europeus).
Sauditas anunciam-se como garantidores do Exército egípcio
Escobar: E agora, a mensagem de nossos patrocinadores, sauditas
O presidente do Conselho Egípcio de Relações Exteriores, Mohamad Ibrahim Shaker, já havia confirmado o apoio da Arábia Saudita a favor da destituição de Mursi pelo Exército egípcio.
O governo saudita é um aliado próximo do ex-presidente Hosni Mubarak, o ditador também sustentado no poder pelo Exército por mais de 30 anos, derrubado em consequência das revoltas populares de 2011, denominadas “Primavera Árabe”.
Riad (a sede do governo saudita) saudou a destituição de Mursi e, junto com os Emirados Árabes Unidos (EAU), mostrou a sua disposição em apoiar o Egito financeiramente, através de um pacote inicial de cinco e três bilhões de dólares, respectivamente, além da ajuda também enviada pelo Kuait.
Da mesma forma, um grande número de líderes árabes respaldou tacitamente a repressão brutal no Exército egípcio contra os manifestantes que apoiam Mursi e a Irmandade Muçulmana, movimento transnacional da qual o seu Partido da Justiça e Liberdade faz parte. Segundo analistas políticos, a emersão da Irmandade seria considerada pela Arábia Saudita e outros uma ameaça à sua influência.
Desde a destituição de Mursi, o Egito tem visto a violência interna intensificada, com a maior frequência dos protestos que pedem a restituição de Mursi no cargo de presidente e contra a ação do Exército. Os confrontos já deixaram mais de 1100 mortos e 6.000 feridos, segundo fontes da Irmandade.
Com informações da HispanTV