Argentina diz que Atlântico Sul deve ser livre de armas nucleares
A presidenta da Argentina Cristina Fernández disse nesta quinta-feira (22) que "para a Argentina é fundamental preservar o Atlântico Sul como uma região de paz e livre de armas nucleares", ao encerrar em Buenos Aires um foro internacional sobre a eliminação do armamento atômico.
Publicado 22/08/2013 21:52
"O Atlântico Sul é uma região de paz com diversas histórias e realidades e, apesar disso, coexistimos pacificamente e sem agressões", destacou a mandatária e exigiu manter a área como uma zona de paz e livre de meios de extermínio em massa.
Cristina Fernández encerrou a Conferência Geral para a Proibição das Armas Nucleares na América Latina e Caribe (Opanal), à qual assistiram delegações de 33 países, mais representantes de outras regiões livres de armamento atômico. A Conferência se realizou no Palácio San Martín e foi organizada pela Chancelaria argentina.
A mandatária lançou um chamamento às grandes potências, para evitar a crescente presença de armas nucleares do Reino Unido nas Ilhas Malvinas, que Londres insiste em continuar armando, alertou.
"Um dos membros da Otan, a Grã Bretanha, continua ocupando posições coloniais em nossas ilhas Malvinas e não respeita as resoluções das Nações Unidas", disse a presidenta.
Ela denunciou que "se insiste em seguir armando as ilhas frente a um país que mostrou sua vocação pacífica e que ademais não conta com o poder ofensivo para enfrentar o poderio britânico".
"É até um tema de senso comum, não há intenção de agredir ninguém, contudo se insiste em enviar submarinos nucleares ao Atlântico Sul, uma região completamente desnuclearizada", advertiu.
"A única coisa que demandamos é que todos os países que integram a ONU tenham o mesmo respeito por cada uma das resoluções que emanam do pleno", reclamou Cristina Fernández.
A presidenta sugeriu que na política se pode fazer qualquer coisa, menos ignorar a realidade, e nesse sentido destacou que desde a presidência do Conselho de Segurança da ONU, que a Argentina ocupa este mês, "demandamos uma liderança responsável no mundo", enfatizou.
Cristina Fernandes reiterou a exigência de que se avance na reforma de organismos internacionais tais como a Organização das Nações Unidas e de seu Conselho de Segurança, a fim de democratizá-los.
"Quando se quer solucionar um conflito e dá a alguém o direito de veto, seguramente o conflito não se soluciona. Estamos em um mundo complicado, com má leituras, e se vê uma impotência das grandes potências para solucionar conflitos que estão sangrando a humanidade", disse a mandatária.
Nesse sentido, também defendeu a reforma de organismos multilaterais de perfil econômico como o Fundo Monetário Internacional. O desafio diante do futuro é repensar a função dessas instituições no mundo, manifestou.
A presidenta argentina opinou que a história continua, apesar das constantes mudanças no mundo, e assegurou que "já não há perigo de holocausto nuclear, mas sim de um holocausto social, por isso temos que nos armar, mas de novas ideias".
Prensa Latina