Chile: trabalhadores da saúde paralisam serviços por 48 horas
A Federação Nacional de Trabalhadores da Saúde (Fenats) do Chile decretou, nesta quarta-feira (21), uma paralisação de 48 horas, para exigir às autoridades que considerem a saúde como um bem social e um direito cidadão.
Publicado 21/08/2013 09:32
Segundo anunciou o presidente da Fenats, Oscar Riveros, a mobilização inclui os chamados "cabildos abiertos" nos hospitais, sessões para mostrar aos usuários em detalhes as dificuldades que os trabalhadores do setor tem que enfrentar.
O líder sindical informou ao jornal La Nación que, de maneira inédita, também participará da greve na cidade de Taltal, em Antofagasta, onde se espera que a população local se incorpore à jornada de protestos.
"As pessoas desta cidade participarão como comunidade, fora os trabalhadores do hospital, que pode vir abaixo a qualquer momento, há muito tempo", comentou Riveros.
O presidente da Fenats fez questão de denunciar que a saúde no Chile está em crise, e usou como exemplo duas mortes dos últimos dias por falta de atenção, uma delas de um cidadão que se jogou do quarto andar do hospital San Juan de Dios porque não o operavam. A outra, foi de um paciente da Posta Central, que chegou se queixando de intensas dores no estômago e não recebeu assistência de maneira oportuna.
Riveros explicou que a greve tem também a intenção de pedir aos candidatos, para eleições de novembro à Presidência da República e a ambas câmaras do Parlamento, que considerem a saúde como um bem social e um direito, e contemplem que o setor precisa de apoio de uma reforma tributária, assim como a educação.
"Não é possível que sigamos tendo hospitais que não têm material, pessoal, especialistas, infraestrutura, tecnologia de ponta. A crise não é só na emergência, mas generalizada em todos os hospitais do país", enfatizou o dirigente.
"Vamos dizer que os trabalhadores, que dão a cara diariamente, não somos os responsáveis pelos problemas que o sistema tem. Informaremos os usuários sobre a causa da lista de espera e a razão pela qual não recebem seus remédios", exclamou Riveros.
A jornada de protestos inclui marchas e outras manifestações em várias cidades do país na quinta-feira, como no caso da Posta Central em Santiago, onde trabalhadores da saúde darão as mãos ao redor da instalação para protestar pelo recente despejo de trabalhadores que se encontravam em greve.
Da redação do Vermelho,
Com informações da Prensa Latina