Líder assegura que Irã mudará de linguagem, mas não de objetivos
A eleição do novo presidente iraniano, Hassan Rouhani, é “uma prova da boa vontade aos países ocidentais” para encontrar soluções dialogadas sobre o caso nuclear persa, mas é preciso ter em conta que país não mudará os seus objetivos, disse o Líder da Revolução Islâmica do Irã para Assuntos Internacionais, Ali Akbar Velayati, nesta segunda-feira (19), em entrevista à agência de notícias estadunidense Associated Press (AP).
Publicado 20/08/2013 10:13
“Repetindo a mesma linguagem que usávamos antes, eu não creio que seja útil. Temos que falar em linguagem diferente. Os mesmos objetivos, mas com linguagem diferente”, expressou Velayati.
Da mesma forma, o assessor do Guia Supremo rechaçou o fim do enriquecimento de urânio por Teerã, já que adotar a mesma medida não teve benefício algum para o país persa no passado.
Em alusão à manutenção dos diálogos diretos com os Estados Unidos, disse que o ato não se levará enquanto Washington não recuar na posição que costumava manter no passado. Os estadunidenses “ainda acreditam que são uma superpotência”, disse Velayati.
A autoridade disse também que as sanções impostas ao país persa são ineptas, e que “se você tem um país como o Irã, com 15 vizinhos, não pode impor sanções efetivas” contra ele. Os Estados Unidos impõe sanções ao país desde a Revolução Islâmica, de 1979, e a ONU também formulou as suas em 2006, alguns anos depois da União Europeia.
No sábado (17), a chefa da Diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton, insistiu na retomada dos diálogos entre o Irã e o Grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França, membros do Conselho de Segurança, mais a Alemanha), sobre o programa nuclear iraniano, cujas autoridades garante ter apenas objetivos civis, e não bélicos, ao negar as acusações feitas pelo Ocidente neste sentido.
O Irã e o G5+1 celebraram várias rodadas de diálogo sobre o caso, mas as passadas conversações não resultaram bem-sucedidas, devido à desconfiança da parte Ocidental com relação ao programa nuclear persa.
A República Islâmica, por outro lado, e negando a acusação de manter objetivos bélicos com o programa, ressalta repetidamente que os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), durante suas numerosas investigações às instalações nucleares iranianas, não puderam comprovar a existência de um programa bélico ou alterar a confiança de Teerã.
Com HispanTV,
Da redação do Vermelho