Publicado 18/08/2013 21:37 | Editado 04/03/2020 17:16
Os olhos da imprensa, dos patrocinadores e por consequência do público se voltam preferencialmente para competições com atletas profissionais, muitos já consagrados nos pódios do mundo. Mas também ocorre no Brasil um fecundo e capilarizado torneio de estudantes que pode ajudar o País a tornar-se uma potência esportiva.
Os Jogos Escolares da Juventude deste ano vão se realizar em Natal, em setembro, para a faixa de 12 a 14, e novembro, em Belém, para competidores de 15 a 17 anos. Computadas as etapas preliminares e seletivas, participam das competições dois milhões de alunos de escolas públicas e particulares de 3.900 cidades. Em Natal devem estar presentes 4.300 estudantes-atletas.
Chamados antes de olimpíadas escolares, porque a maioria das modalidades constam dos Jogos Olímpicos, os Jogos da Juventude são realizados pelo Comitê Olímpico Brasileiro com apoio do Ministério do Esporte e Organizações Globo. Soma-se a programas do Ministério como o Segundo Tempo, que de 2003 até 2012 mobilizou aproximadamente seis milhões de estudantes e só este ano chegará a mais dois milhões de crianças e adolescentes expostos a riscos sociais. Iniciativas dessa grandeza exploram o enorme potencial do esporte praticado na escola para a formação de cidadãos e prometem ser um celeiro de atletas.
O Brasil tem investido muito na preparação de desportistas que possam conquistar medalhas olímpicas, como o fazem a maioria dos países mais desenvolvidos. Temos um grande programa de bolsas, que chegam a R$ 15 mil por mês, mas sabemos que o investimento mais promissor é o que alcança amplas camadas da população. Criar condições para que milhões e milhões de crianças e jovens façam sua iniciação no esporte é o modelo provado de extrair qualidade da quantidade, como, por sinal, ocorre no futebol.
*Aldo Rebelo é ministro do Esporte
Fonte: Diário de S. Paulo