Colômbia: "Governo deve se responsabilizar por vítimas"
O coordenador da ONU (Organização das Nações Unidas) na Colômbia, Fabrizio Hochschild, defendeu nesta quarta-feira (14) que o governo do país deve se responsabilizar pelas vítimas de grupos ilegais que não estejam no contexto do conflito armado. Atualmente a chamada Lei de Vítimas, sancionada em 2011 não prevê reparação e assistência às vítimas de grupos delinquentes comuns, como as bandas criminais (bacrims).
Publicado 15/08/2013 10:42
“Se há necessidades humanitárias geradas por grupos ilegais que não sejam as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Exército da Libertação Nacional (ELN), existe uma obrigação da nossa parte e da parte do Estado de atender a essas vítimas”, falou durante uma visita a comunidades de Guapí e Limones, departamento de Cauca, um dos mais afetados pelo conflito armado.
Segundo Hochschild, entre 0,5% e 0,6% dos recursos humanitários globais estão destinados à Colômbia. Ele defendeu que os recursos devem continuar a ser enviados ao país no longo prazo, porque um possível um acordo de paz firmado entre as Farc e o governo não garantiria a estabilidade de maneira imediata. “A paz não será garantida no dia seguinte [à assinatura de um acordo], essas necessidades e essa violência de uma ou outra maneira podem continuar. Essa é a experiência de muitos países”, disse.
O representante da ONU lembrou dos grandes desafios em matéria de direitos humanos que a Colômbia deve enfrentar. “Há problemas com a liberdade de movimentos sociais, ameaças ao direito à vida e problemas de acesso aos serviços de saúde pública, deslocamento interno e recrutamento de crianças”. Hochschild reafirmou também o compromisso da comunidade internacional com os diálogos pelo fim do conflito entre o governo colombiano e as Farc e disse que a ONU continuará colaborando na assistência humanitária às vítimas do conflito no país.
Fonte: Opera Mundi