Kerry visita Brasil em momento delicado sobre espionagem
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, chegou na madrugada desta terça-feira (13) em Brasília para uma série de reuniões. A primeira visita oficial do secretário ocorre em um momento delicado das relações entre o Brasil e os Estados Unidos. Há pouco mais de um mês surgiram denúncias de que agências norte-americanas monitoravam cidadãos em vários países, inclusive no Brasil.
Publicado 13/08/2013 09:31
Assessores que preparam a visita, garantem, porém,que o mal-estar não ofuscará a discussão de vários temas bilaterais comuns – como inovação, tecnologia e ciência. Kerry terá encontro com a presidenta Dilma Rousseff às 16h30 no Palácio do Planalto.
Uma equipe de funcionários do governo dos Estados Unidos passou a manhã de segunda (12) no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, para rastrear os locais por onde o secretário passará. Os norte-americanos querem garantir que há segurança suficiente em caso de protestos mais intensos, como o ocorrido em junho quando o Itamaraty foi alvo de vândalos que destruíram vidraças e algumas peças do prédio.
No Itamaraty, entretanto, a segurança para a visita de Kerry será a mesma organizada para todos os chanceleres estrangeiros. O esquema é feito por seguranças internos, que trabalham rotineiramente no Itamaraty, pela guarda de representação que é formada por fuzileiros navais e pela Polícia Militar, que é responsável pela segurança do lado de fora do prédio.
Kerry chega ao Brasil, depois de passar pela Colômbia. Em Brasília, ele tem reunião, às 9h, na Embaixada dos Estados Unidos, depois conversa com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e segue para o Itamaraty, para encontros com o chanceler Antonio Patriota. Kerry concederá entrevista coletiva às 13h.
O secretário norte-americano está no Brasil no momento em que as autoridades brasileiras aguardam mais informações dos Estados Unidos sobre o monitoramento de dados de cidadãos nos meios de comunicação, conforme denunciou Edward Snowden, ex-funcionário de uma empresa terceirizada que prestava serviços para a Agência de Segurança Nacional (NSA).
No cargo há seis meses, Kerry provocou críticas dos governos latino-americanos ao se referir à América Latina como “quintal”. Os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e do Equador, Rafael Correa, reagiram aos comentários cobrando explicações. Mas as autoridades brasileiras preferiram minimizar os efeitos do comentário, ao interpretar que houve uso indevido de palavra e não uma agressão.
Com informações da Agência Brasil