Reunião de ministros russos e americanos discutirá Caso Snowden
Os secretários de Estado e de Defesa dos Estados Unidos, John Kerry e Chuck Hagel, receberão nesta sexta-feira seus homólogos russos, Serguei Lavrov e Serguei Tchoigu, com uma agenda focada no asilo de Edward Snowden e no programa nuclear iraniano.
Publicado 09/08/2013 13:18
O encontro, denominado 2+2, acontece dois dias depois que a Casa Branca suspendeu uma reunião entre os presidentes Barack Obama e Vladimir Putin programada para setembro em Moscou, alguns dias antes da cúpula do G20 em São Petersburgo.
O Gabinete Oval disse que o cancelamento do encontro responde ao mal-estar causado pela decisão do Kremlin de conceder asilo temporário a Snowden, acusado de traidor por divulgar um programa secreto de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) estadunidense.
Segundo Jennifer Paski, porta-voz do Departamento de Estado, Kerry e Hagel "continuarão pressionando" as autoridades russas para extraditar o jovem de 30 anos de idade.
Snowden informou em junho passado a repórteres estadunidenses e britânicos sobre programas de espionagem da NSA para bisbilhotar registros telefônicos, áudios, vídeos, fotografias, correios eletrônicos, documentos e conexões on-line de milhões de usuários, governos e empresas estrangeiras.
Desde então, os Estados Unidos caçam o ex-agente. O regime americano cancelou seu passaporte, acusando-o de espionagem, roubo de comunicações confidenciais e propriedades do Governo, por isso poderia enfrentar uma sentença máxima de 10 anos de prisão.
Além disso, a reunião de alto nível entre Washington e Moscou também incluirá outros temas polêmicos, como a crise na Síria, o novo tratado de desarmamento nuclear START, a cooperação com o Afeganistão depois da retirada militar em 2014 e o programa nuclear do Irã.
Os Estados Unidos – junto a Israel e às potências europeias – aprovaram vários pacotes de sanções contra Teerã porque insistem em acusar o país islâmico de desenvolver um programa nuclear de uso militar, fato desmentido pelo país e por analistas estadunidenses em várias ocasiões.
As autoridades iranianas asseguram que se trata de um projeto com fins pacíficos, mas Washington lhe atribui conotações bélicas.
No domingo passado, a Casa Branca condicionou sua disposição de trabalhar com a República Islâmica a partir do momento que seu novo presidente, Hassan Rohani, cumpra com a exigência de "abandonar" o desenvolvimento de energia atômica.
Além disso, 76 senadores pediram, através uma carta a Obama, a promulgação de um projeto de lei aprovado na semana passada na Câmara de Representantes, que inclui mais sanções e ações militares contra Teerã.
Fonte: Prensa Latina