Juventudes do Foro de São Paulo divulgam declaração final
Ao final do 5º Encontro de Juventudes do Foro de São Paulo, ocorrido nos dias 30 e 31 de julho, na capital paulista, as 25 organizações presentes, vindas de 15 países, divulgaram um documento final em que apontam a necessidade de fortalecer a unidade latinoamericana diante das novas contraofensivas imperialistas no continente. Abaixo, a íntegra da carta.
Publicado 07/08/2013 17:36
Juventude progressista avança rumo à integração latino-americana
Realidades compartilhadas: juventude presente no Foro de S. Paulo
Declaração Final do 5º Encontro de Juventudes do Foro de São Paulo
Nós jovens que se encontram no 5º Encontro de Juventudes do Foro de São Paulo, sendo 25 organizações de 15 países, estamos conscientes do momento histórico que vive nosso continente, resultado do protagonismo das forças progressistas e revolucionárias que impulsionaram um tempo de mudanças necessárias para a construção de uma sociedade mais justa.
Vivemos sob ameaças constantes aos nossos processos de mudança e de uma contraofensiva que o imperialismo ianque tem intensificado para derrotar nossos governos progressistas em diversas ocasiões utlizando os movimentos sociais e partidos políticos, que acabam fazendo o jogo, o que é muito perigoso. A desunião enfraquece nossos processos.
Para chegar ao que temos hoje, nós tivemos que pagar um preço alto com golpes, ditaduras fascistas que deixaram milhares de companheiros mortos, desaparecidos e mortos durante ações de nossas lutas. Também temos sofrido com as políticas neoliberais que aumentaram a pobreza ea desigualdade, que nos colocam como continente com mais desigualdade.
Todos os nossos avanços nos levam a uma situação inédita para continuar nossas lutas, mas acreditamos que é essencial para construir a unidade acima de qualquer diferença que possa nos separar, mesmo em nível nacional. Nós das novas gerações aprendemos com a nossa história, de nossos heróis da independência americana, nossos heróis e mártires revolucionários e também nossas derrotas, que foram, em muitas ocasiões, resultado da desunião, do sectarismo e do individualismo.
A direita que governa em alguns países da região se agrupam para construir uma contraofensiva reacionária com o claro objetivo de fazer fracassar os esforços de integração e união expressados na Celac, a Unasul, Alba, Mercosul, entre outros, e quer disfarçar o retorno da Alca, com a criação da Aliança do Pacífico, que foi criado como uma tentativa de restaurar o neoliberalismo na região, através da imposição de uma zona de livre comércio Ásia-Pacífico.
A nova semente dessa integração e união latinoamericana e caribenha necessita de um projeto regional que vá além dos interesses comerciais e acordos alfandegários e que consolide a experiência adquirida pela esquerda: a gestão estatal da economia para financiar a redução da desigualdade e, ao mesmo tempo, expandir o bem-estar eo gozo dos direitos humanos fundamentais como educação e saúde. Nós jovens da esquerda, membros do Foro de São Paulo, unidos, devemos usar todos os espaços disponíveis para protestar contra qualquer tentativa de retrocesso que implique no retorno do neoliberalismo que é, por fim, a destruição dos processos de integração.
Para derrotar essa contraofensiva, a única maneira é superar nossas próprias limitações e erros, percebendo que na unidade de nossas forças está a chave para derrotar a ofensiva do imperialismo e a capacidade de modificar as estruturas herdadas de dominação. Se queremos avançar com velocidade e força, que exige trocas mais solidário, político e cultural, cooperação e coordenação de nossas ações, respeitando a autonomia e independência de cada um.
Nunca na história houve um tempo em que haja tanta necessidade da unidade como este. O império, acompanhado de seus lacaios europeus, se prepara para desestabilizar, desrespeitar os nossos líderes colocando em perigo suas próprias vidas, descaradamente nos espionando através da tecnologia e nos ameaçam com sanções se abraçamos em nossa região os que decidiram falar, nos cercam militarmente e mantém sua política de assassinar nossos líderes a todo custo.
Neste contexto, e no âmbito do reforço da unidade de nossos povos e organizações, saudamos e apoiamos a realização no Equador, em dezembro, do 18º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes como o maior evento organizado pela juventude progressista e anti-imperialista do mundo, guiados pela Federação Mundial das Juventudes Democráticas, em apoio ao exemplo que dá ao povo equatoriano na construção de um país da América Latina e do Caribe que já decidiu construir a sua independência total e definitiva. Acompanhamos os esforços para realizar no próximo ano o 16º Congresso Continental Latinoamericano e Caribenho dos Estudantes que prepara a Organização Continental Latinoamericana e Caribenha de Estudantes.
A juventude latino-americana deve ser protagonistas da situação política e social do continente e aumentar a nossa cooperação em áreas como a da cultura, esporte, intelectual, ampliando a hegemonia da esquerda através de suas ideias e propostas para a integração e união do projeto regional de desenvolvimento, contribuindo para a consolidação da pátria grande sonhada por nossos libertadores.
Nós jovens cainhamos junto com a espada de Bolívar, Martí, Sucre, Sandino, Chávez López, San Martin, por toda a América Latina e Caribe, para evitar que o gigante de sete léguas caia com uma força maior sobre nossa América. Estamos juntos com os povos originários, acompanhando nossos líderes atuais, juntamente com a Revolução Socialista Cubana, que continua a ser um exemplo para as nossas lutas, a Revolução Bolivariana da Venezuela, a Revolução Sandinista, a Revolução Cidadã do Equador, a Revolução Plurinacional da Bolívia, os processos progressistas em El Salvador, as transformações iniciadas no Brasil, Uruguai e Argentina, que contribuem para o progresso em outros países vizinhos, compartilhando nossas lutas com os estudantes e os movimentos sociais para dizer basta ao militarismo, ao imperialismo. Neste sentido, nós juramos que trabalharemos para criar uma zona de paz, um mundo melhor, mais solidário, mais humano, em harmonia com a nossa Mãe Terra, respeitando o ser humano e garantir a sobrevivência das gerações atuais e futuras e que tem que ser necessariamente socialista se quisermos cumprir todos os sonhos pelos quais têm caído tão heroicamente muitas irmãs e irmãos.
Viva a unidade latinoamericana!
5º Encontro de Juventudes do Foro de São Paulo