Greve de fome: prisioneiros de Guantânamo correm risco de morte
A greve de fome dos detentos da prisão estadunidense na base naval de Guantánamo, no leste de Cuba, está próxima de provocar vítimas fatais, assinalou David Reme, um dos advogados dos réus.
Publicado 05/08/2013 10:31
Segundo Reme, vários prisioneiros perderam até 20 quilos e estão desesperados, por isso alguns desses homens poderiam falecer nos próximos dias. De acordo com dados do Pentágono, dos 166 detentos, cerca de 100 participam do protesto, que dura mais de cinco meses, e 45 são alimentados à força duas vezes por dia.
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Os presos iniciaram o protesto no dia 6 de fevereiro passado, como reação aos abusos sofridos e contra as condições precárias de sua detenção durante mais de uma década sem qualquer acusação oficial contra a maioria deles.
Desde 2002, Washington mantém um verdadeiro campo de concentração na base localizada em território cubano contra a vontade do povo e Governo dessa ilha caribenha.
Os detentos recusam também o confinamento por tempo indefinido, a apreensão de seus pertences e cópias do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos.
Meio bilhão de dólares anuais
O governo dos Estados Unidos gasta US$ 2,7 milhões por prisioneiro de Guantânamo a cada ano, gerando um custo anual de quase meio bilhão de dólares para manter funcionando seu complexo presidiário no leste de Cuba. O cálculo foi feito por integrantes do Partido Democrata que fazem campanha pelo fechamento do presídio e os dados apontam que, até o final do próximo ano, os EUA deverão ter gastado mais de US$ 5 bilhões com Guantânamo. As informações são do jornal Miami Herald.
Os gastos deste ano – US$ 454,1 milhões para operação, equipe e manutenção – vêm do Departamento de Defesa estadunidense e, segundo o jornal, aparentemente trazem, pela primeira vez, os gastos com tropas militares enviadas à prisão. Desde que foi aberta, em 2002, Guantânamo demanda inúmeras tropas, que recebem tratamento especial para a tarefa.
Apesar da previsão de U$S 5,242 bilhões gastos até o final de 2014, o Miami Herald afirma que os custos totais de Guantânamo devem ser ainda mais altos, pois os dados oficiais parecem não incluir as sedes dos campos do presídio, construídas em 2004 por U$S 13,5 milhões, ou as celas secretas para presos que são ex-agentes da CIA, cujo preço nunca foi divulgado.
O porta-voz de Guantânamo, entretanto, capitão da Marinha Robert Durand, se manifestou dizendo que o valor de U$S 2,7 milhões por prisioneiro representa “custos carregados” de se manter o complexo, que conta hoje com uma equipe de 2 mil funcionários e 166 presos, que se dividem em sete tipos diferentes de aprisionamento, incluindo a enfermaria e o hospital psiquiátrico.
Essas informações oficiais do governo estadunidense foram expostas pela primeira vez na semana passada, em sessão do Comitê Judiciário do Senado dos EUA convocada pelo senador Richard Durbin, que já defende o fechamento do campo de concentração de Guantânamo há anos.
“Faça as contas: 166 prisioneiros, U$S 454 milhões. Nós estamos gastando U$S 2,7 milhões por ano com cada preso em Guantânamo”, disse, lembrando que na prisão considerada a mais segura dos EUA, no Colorado, cada preso custa em média U$S 78 mil por ano.
Durbin elogiou as tropas militares que trabalham em Guantânamo, mas fez uma ressalva dizendo que gastos tão altos “seriam fiscalmente irresponsáveis durante tempos econômicos normais”, mas que são ainda piores quando “o Departamento de Defesa está lutando para lidar com o isolamento, incluindo as demissões e os cortes, e treinamento para nossas tropas”.
Com informações da Prensa Latina e Opera Mundi
Da redação do Vermelho