Publicado 04/08/2013 23:15 | Editado 04/03/2020 17:16
Para atingir a meta de entronizar o Brasil entre os dez primeiros colocados nos Jogos Olímpicos de 2016, o Ministério do Esporte desenvolve o maior programa mundial de bolsa para atletas. A safra de 2013 contempla 5.691 desportistas, distribuídos em cinco categorias: base (266), estudantil (234), nacional (3.858), internacional (944) e olímpico/paraolímpico (389). O objetivo, e a esperança, é que estejamos forjando uma geração de campeões.
Com um orçamento de R$ 180 milhões, as bolsas individuais variam de R$ 370 (categorias de base e estudantil), R$ 925 (nacional), R$ 1.850 (internacional) e R$ 3.100 (olímpica/paraolímpica). Os de melhor desempenho poderão ainda receber a nova bolsa-pódio, com valores de R$ 5 mil a R$ 15 mil, desde que atendam a critérios de classificação internacional, melhoria de resultados nos últimos três anos e possibilidade de conquistar medalha nos Jogos Olímpicos ou Paraolímpicos do Rio de Janeiro.
Receber uma subvenção é, muitas vezes, o único meio de um atleta pobre custear treinamentos e disputas num esporte de alto rendimento. Mas mesmo campeões consagrados que já subiram a pódios olímpicos são beneficiados, porque os investimentos na preparação estão cada vez mais elevados. Clubes e escolas, que em muitos países são celeiros de atletas, mal conseguem equilibrar o orçamento com a joia da coroa de suas atividades, que é o futebol. Outros esportes são cortados à primeira crise financeira.
Grandes clubes desfizeram recentemente até equipes de judô, modalidade em que o Brasil tem se destacado a ponto de ganhar 19 medalhas olímpicas. Em muitas cidades não há sequer um ginásio onde crianças e jovens possam iniciar uma carreira esportiva, e muito menos clubes que os acolham. Com a bolsa-atleta, podem iniciar a preparação, constatar se têm potencial e então procurar novos horizontes.
Fomentar práticas desportivas é dever do Estado, mas não se olvide que os Jogos Olímpicos têm uma característica política explorada pelas grandes potências. Já foram objeto de disputa estratégica na vigência da Guerra Fria, quando os Estados Unidos e a antiga União Soviética competiam pela hegemonia esportiva no mundo. Ainda permanecem como uma vitrine em que 120 delegações exibem a maestria de seus atletas, e ganhar medalhas é um conquista que orgulha as nações.
*É Ministro do Esporte e deputado federal licenciado pelo PCdoB-SP
Fonte: Diário de S. Paulo