Ciência sem Fronteiras oferece 300 bolsas na área espacial

O programa federal Ciência sem Fronteiras (CsF) vai oferecer 300 bolsas de estudo específicas para atender aos interessados na área espacial. Metade será para pesquisadores estrangeiros que quiserem atuar em instituições de ensino e pesquisa do Brasil. E as outras 150 serão para brasileiros que irão ao exterior com bolsas de graduação sanduíche, doutorado e pós-doc, Jovem Talento pós de Pesquisador Visitante.

“Buscamos identificar os principais centros mundiais de pesquisa e as vagas disponíveis em empresas para motivar os estudantes nessa área”, disse o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), Glaucius Oliva, em encontro com bolsistas do programa, durante a 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Recife.

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Poderão se candidatar estudantes das áreas de engenharia, física, matemática e vinculadas à indústria aeroespacial. As bolsas estão assim divididas: 40 para graduação sanduíche; 10 para doutorado pleno; 20 para doutorado sanduíche; 30 para pós-doutorado no exterior; 90 para a atração de jovens talentos; 40 para pesquisador visitante; 70 para o desenvolvimento tecnológico e inovação no exterior (35 para pesquisadores juniores e 35 para seniores).

O terceiro satélite do programa Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBers, na sigla em inglês) está na Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (Cast), em fase final de testes e deve ir ao espaço em outubro deste ano. O satélite Já o CBers-4 tem previsão de lançamento para 2015. O CBers-1 foi lançado em 1999, o CBers-2, em 2003, e o CBers-2B, em 2007. “Trabalhar com norte-americanos, franceses e alemães é relativamente fácil. Com os chineses, é muito diferente”, disse o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI), José Raimundo Coelho. “A questão cultural, o idioma, a resistência secular foram os principais obstáculos enfrentados na cooperação. O desafio foi grande, mas recompensador”.

Segundo o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI), Leonel Perondi, no caso de CBers-3 e CBers-4, a divisão de trabalho entre os dois países é de 50% para cada lado, ao contrário dos três satélites já lançados, cujo acordo estabelecia 30% ao Brasil e 70% à China. “Agora, para a parte brasileira, contratamos tudo no país, não compramos equipamentos de outras origens”, informou. “Programas espaciais devem colocar grandes desafios para a indústria. Um sistema completo de sensoriamento remoto exige grande qualificação dos pontos de vista de fabricação, projeto e operação em órbita”.

Mast divulga astronomia na SBPC

O estande do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast/MCTI) na ExpoT&C, apresentou a história da tecnologia de localização a partir de instrumentos antigos até o uso de aparelhos de GPS. Além do sextante e de teodolito, o acervo do Mast esteve representado com apresentações Flash Mob (foguete a álcool) e do protótipo do Quadrante de Margrave.

E o Planetário Inflável Digital foi outro dos destaques da programação mostra de ciência e tecnologia paralela à 65ª reunião da SBPC, em Recife, na semana passada. Em uma cúpula inflável, são projetadas imagens do céu noturno para o espectador observar e entender os movimentos dos planetas e o movimento aparente das estrelas.

O Mast tem longa tradição na área de popularização da ciência por meio de sistemas interativos. “Atividades dessa natureza são capazes de motivar jovens para a carreira científica e de estreitar laços entre instituições afins, neste caso, em torno do fortalecimento de uma rede nacional composta pelos institutos do MCTI”, analisa o coordenador de Educação em Ciências do museu, Douglas Falcão.

Observatório Nacional rastreia asteróides

O Observatório Nacional (ON/MCTI), instituição de pesquisa com 185 anos de existência e uma das pioneiras no Brasil dedicadas à ciência, apresentou aos visitantes da ExpoT&C o projeto Iniciativa de Mapeamento e Pesquisa de Asteróides nas Cercanias da Terra no Observatório Nacional (Impacton), que integra o Brasil aos programas internacionais de busca e seguimento de asteróides e cometas em risco de colisão com a Terra.

Por meio do telescópio instalado no Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica (Oasi), pesquisadores do ON estudam as propriedades físicas de objetos em órbita próxima da Terra. Construído pelo ON no município de Itacuruba, interior de Pernambuco, a cerca de 450 quilômetros de Recife, o Oasi está em operação desde 2011, e proporciona o desenvolvimento das pesquisas sobre objetos recentemente descobertos.

A pesquisadora Daniela Lazzaro, coordenadora do projeto, explica que existem no mundo diversos observatórios buscando novos asteróides, mas o Impacton não tem este propósito. Seu objetivo é acompanhar objetos já descobertos, uma pesquisa essencial para avaliar os riscos que oferecem ao nosso planeta.

Para isso, são estudadas propriedades como o período de rotação, a direção do seu eixo de rotação, a forma e a composição dos asteróides, o que permite conhecer melhor a população desses objetos.

Fonte: Em Questão