SSA: Ato do Movimento Passe Livre homenageia Carlos Marighella
O Movimento Passe Livre (MPL) realizou mais um ato em Salvador, nesta terça-feira (23/7), dessa vez no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Os manifestantes cobram do prefeito ACM Neto (DEM) e do governador Jaques Wagner (PT) o atendimento das demandas apresentadas desde junho, quando explodiram os protestos por todo o país.
Publicado 23/07/2013 14:53 | Editado 04/03/2020 16:16
Entre as principais reivindicações do MPL local estão a imediata redução da tarifa de ônibus na capital de R$ 2,80 para R$2,50 e a concessão do passe livre para os estudantes. Metade das 27 capitais brasileiras reduziu o preço da passagem, mas ACM Neto descartou a possibilidade de isso ocorrer também em Salvador.
A União dos Estudantes da Bahia (UEB) estava presente no ato, representada pela presidenta Marianna Dias. Segundo ela, os protestos continuam na capital baiana dada à falta de resposta, principalmente, do governo municipal.
“A UEB entende que é importante a construção desses atos porque Salvador está sendo muito resistente. Ainda não há um posicionamento do prefeito ACM Neto às nossas reivindicações por uma cidade mais justa e por um transporte de melhor qualidade”, explicou a presidenta da entidade.
O ato
A concentração dos manifestantes aconteceu no monumento Luís Eduardo Magalhães (ex-deputado federal e tio de ACM Neto), na Avenida Paralela, às 9h da manhã. Na ocasião, foi feita uma homenagem ao guerrilheiro baiano Carlos Marighella, que enfrentou e foi morto pelo regime militar de 1964.
Fotos com o rosto do guerrilheiro foram espalhadas pelo local e, segundo os participantes do ato, a intenção era transformar simbolicamente o espaço em “Monumento Marighella”. De acordo com Marianna Dias, Marighella é digno da homenagem porque foi o verdadeiro herói da Bahia.
De lá, os manifestantes ocuparam a pista da Paralela, uma das principais vias da cidade, e seguiram para a Assembleia Legislativa (AL-BA), no CAB. Eles foram recebidos pelo presidente da Casa, deputado Marcelo Nilo (PDT), que prometeu agendar uma audiência pública, em agosto, para discutir as reivindicações.
O grupo se dirigiu, depois, para a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), também localizada no CAB, onde protestou contra os excessos dos policiais baianos durante as últimas manifestações no estado.
O movimento da manhã terminou em frente à Governadoria e quem apareceu no lugar de Jaques Wagner foi o secretário de Comunicação, Robinson Almeida, que sugeriu a formação de uma comissão para discutir a pauta com o governador. Resultado que os representantes não foram escolhidos e o encontro com Wagner não aconteceu.
Ocupação
À tarde, o MPL segue para a Câmara de Vereadores, onde reforça a ocupação feita na Casa, desde a última segunda-feira (23). Dos legisladores municipais, o grupo quer a instalação do Conselho Municipal de Transporte e a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar a planilha de gastos do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Salvador (Setps).
De Salvador,
Erikson Walla