Irã denuncia intencionalidade política do Banco Mundial
A República Islâmica do Irã denunciou a declaração de morosidade imposta pelo Banco Mundial (BM) ao país, que não conseguiu pagar empréstimos atrasados. A notícia foi comunicada neste domingo (21) pelo vice-ministro iraniano de Economia, Behruz Alishiri, que enviará uma carta ao BM para rechaçar o que considera medidas políticas frente à tentativa de isolamento do Irã pelo Ocidente.
Publicado 22/07/2013 10:16

Alishiri sublinhou que os atrasos mencionados pelo BM (de mais de seis meses) como razão para a suspensão de seus fundos ao Irã devem-se precisamente às sanções impostas pelo Ocidente contra o setor bancário persa.
Da mesma forma, observou a intencionalidade política do Banco com relação ao Irã, e agregou que o organismo internacional, devido às pressões dos Estados Unidos e alguns países europeus, não concedeu empréstimos ao Irã nos últimos anos, enquanto Teerã, como um dos fundadores e acionistas do BM, sempre pagou seus créditos em tempo.
O vice-ministro iraniano disse que, de acordo com os assessores legais do Banco Mundial, a concessão de empréstimos aos Estados membros não pode ser influenciada pelas sanções da ONU contra qualquer membro determinado.
Na quinta-feira (18), o BM anunciou que o Irã não havia pago nenhum dos seus empréstimos por mais de seis meses, o que os coloca imediatamente em estado de morosidade.
Até 30 de junho, o Irã devia à entidade 697 milhões de dólares, dos quais 79 milhões foram liquidados. Segundo o anúncio do BM, o Irã também será inelegível para novos fundos da entidade, ainda que não tenha tomado empréstimos do banco desde 2005.
Ao concluir, Alishiri especificou que a estratégia de Teerã contra o afastamento imposto pelas sanções de países individuais e da ONU é uma presença forte e determinante nas sociedades e institutos financeiros a nível internacional.
As sanções contra o Irã têm sido aplicadas pelos Estados Unidos desde a Revolução Iraniana, de 1979, e foram expandidas em 1995. Em 2006, a ONU também impôs sanções contra o país devido ao seu programa de enriquecimento de urânio (que países como os próprios EUA e outros europeus alegam servir propósitos bélicos, acusação rechaçada pelo governo persa).
As sanções vêm sendo renovadas e expandidas desde então para afetar setores diversos da economia iraniana, como a indústria petrolífera, o sistema bancário e de seguros, entre outros.
Com informações da HispanTV,
Da redação do Vermelho