Ana Rocha recebe troféu "Dia de Mandela"

A data escolhida para a criação do instituto, e que dá o nome ao troféu, é uma homenagem ao dia instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2009, como o Dia Internacional Nelson Mandela, pela liberdade, justiça e democracia.

O fundador do instituto, José Carlos Brasileiro iniciou seu discurso relembrando o período em que esteve na prisão. Segundo ele, foi lá que ele reconheceu sua missão de vida – lutar pelos direitos dos negros. “Antes de ir para o sistema penitenciário eu tinha vergonha de ser negro e lá eu me identifiquei como negro e tive a concepção de que os negros não deveriam estar em prisões e sim em faculdades estudando medicina”, disse.

Brasileiro informou aos presentes que a criação do Instituto que hoje trabalha na ressocialização de egressos, presidiários e seus familiares, foi possível graças à ajuda da presidente de honra do ICCNNM, professora Vanda Ferreira, que na época era diretora da Divisão de Educação e Cultura do Sistema Penitenciário do Estado do Rio de Janeiro.

Em seu discurso, Vanda Ferreira ressaltou que esta era a primeira vez que o Dia de Mandela era comemorado no Brasil. Deseja que em 2014 este dia não seja apenas comemorado por movimentos sociais, mas também pelos parlamentares. “Que as autoridades deste país reconheçam a importância deste dia e que ele seja incluído em nosso calendário de comemorações“, completou.

A presidente de honra do ICCNNM entregou o troféu à secretária de Políticas para as Mulheres do Rio de Janeiro (SPM-Rio), Ana Rocha, em reconhecimento aos anos de militância pelos direitos das mulheres e pelas ações afirmativas em prol da mulher negra no município. Parabenizou a secretária pelo fato do gabinete da SPM-Rio ser composto por mais de 50% de negros.

Ana Rocha agradeceu a homenagem saudando que a ação do instituto na conscientização dos direitos dos negros. Além disso, celebrou a atuação de Vanda Ferreira, que atualmente exerce o cargo de assessora de gênero com corte de raça e etnia da SPM Rio, para o reforço no combate ao racismo.

A secretária também destacou que Nelson Mandela sempre foi um símbolo da liberdade e igualdade, bandeiras que sempre carregou como referência em sua trajetória de luta.
”Se a mulher é discriminada, a mulher negra é muito mais. A incidência da mortalidade materna, por exemplo, é maior entre as mulheres negras. Precisamos pensar em políticas públicas para o combate dessa discriminação da mulher negra” conclui.

Homenageados

O evento teve como mestres de cerimônia, as atrizes Zezé Motta e Maria Ceiça, que já ocuparam cargos da Superintendência de Igualdade Racial do governo do Rio de Janeiro. Além da secretária da SPM Rio, foram homenageados: a Juíza, Juliana Benevides; o representante da Comunidade Negra Brasileira, Ivanir dos Santos; o líder da Comunidade Quilombola, Luiz Sacopã; o Presidente do Renascença Clube, José Evangelista; membro do Subcomitê de Prevenção à Tortura, Margarida Presburg; a Presidente do Centro Cultura Pequena África, a mãe Celina de Xangô; a Coordenadora de Inserção Social da Secretaria de Administração Penitenciária, Fernanda dos Reis Lopes; a Deputada estadual, Claise Maria Zito; o Procurador do Ministério Público, Leonardo Chaves, representado por suas filhas; a Juíza Andreza Cansado; o Fotógrafo Januário Garcia; o diretor do Centro Cultural Ação Cidadania, João Batista; o Secretário de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, delegado Zaqueu Teixeira; o Defensor Público, Henrique Guelber; o Deputado Federal Jean Wyllys; o Superintendente de Igualdade Racial, Marcelo Dias; e o Superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos, Cláudio Nascimento. Além das homenagens póstumas concedidas ao ativista social, Abdias do Nascimento, representado por Lelete Couto; ao político Leonel Brizola, representado por Vanda Ferreira; e ao fundador do Centro de Apoio ao desenvolvimento, Oswaldo dos Santos Neves, representado pela sua viúva Ruth Pinheiro.

Vermelho Rio de Janeiro