Protesto muda nome de rua no Rio: sai Marinho, entra Brizola
No protesto de quarta-feira (17), no Leblon, jovens manifestantes quebraram lojas, agências e tudo que viam pela frente. Nesta sexta-feira (19), porém, manifestantes trocaram os atos de fúria por uma ação bem humorada, em frente à sede do jornal O Globo, no Centro do Rio.
Publicado 20/07/2013 09:08
Segundo o coletivo do Barão de Itararé-RJ, o ato público de troca das placas na Rua Irineu Marinho por outras com o nome do ex-governador Brizola marca a trajetória de desrespeito à democracia das Organizações Globo, que nas eleições de 1982 estiveram à frente do escândalo da Proconsult. Este tornou-se emblemático, pois foi a primeira vez que a emissora teve que confessar, publicamente, sua participação em uma série de incursões do grupo, cujo fundador do jornal O Globo nomeia o logradouro público, em ações como a derrubada do governo de Jango Goulart, em 1964, o apoio à ditadura militar e, por fim, estas acusações de sonegar perto de R$ 1 bilhão em impostos.
Os manifestantes também questionaram, durante o ato público, o silêncio da mídia conservadora acerca das denúncias que atingem, frontalmente, a empresa-líder do império de comunicação que domina a distribuição de recursos públicos e privados de publicidade no país, à exceção da Rede Record de TV, que produz atualmente um especial sobre o assunto, para a sua programação.
"Temos feito a nossa parte, sem equipe, trabalhando no conteúdo, nas redes sociais, na diagramação, resolvendo problemas de provedor. Nessas horas a gente vê a degradação moral provocada pelo monopólio. Todos têm medo da Globo, visto que ela, por deter quase um monopólio (e figurar na cabeça de um oligopólio), responde pela maior parte dos empregos bem pagos na área de jornalismo, e pode prejudicar a carreira de um político. A Globo tornou-se uma espécie de Cosa Nostra midiática", afirmou o jornalista Miguel do Rosário, editor do blog O Cafezinho, autor do furo jornalístico que denunciou o desvio milionário de impostos pela Rede Globo.
Segundo o jornalista Milton Temer, na ausência de uma legenda minimamente palatável, a Rede Globo se explicita como o verdadeiro partido da direita brasileira. A forma acrítica com que dá cobertura às iniciativas de Cabral Filho, sem nenhuma referência à sua responsabilidade, como alvo principal, da indignação da cidadania do Rio de Janeiro, por conta dos sucessivos anúncios de malfeitos e atos anti-éticos a ele atribuidos, é escandalosa. Seus meios de informação deixam de ser de divulgação jornalística para se transformarem em porta-vozes do palácio Guanabara. Age como a mídia privada venezuelana no episódio das tentativas de golpe contra Chávez: não informa; mobiliza.
Fonte: Correio do Brasil