CNV: Empresas deverão indenizar trabalhadores perseguidos
A coordenadora da Comissão Nacional da Verdade, Rosa Cardoso confirmou, nesta quarta-feira (17), que a comissão pretende exigir das empresas que apoiaram o regime militar o pagamento de indenização aos trabalhadores que foram perseguidos. Várias empresas perseguiram os seus funcionários, colaborando com a ditadura.
Publicado 18/07/2013 11:11
Os exemplos mais famosos são das empresas Embraer, Petrobrás, Correios, Volkswagen, Monark e também há os casos mais escondidos pela imprensa conservadora, como da Folha de São Paulo, que demitiu funcionários por não apoiarem o golpe militar.
Essas empresas criaram listas negras de funcionários “subversivos” e entregaram militantes políticos para os militares. No total, calcula-se que mais de 5 mil trabalhadores foram mortos pela ditadura, 350 sindicatos foram invadidos e mais de 6 mil sofreram intervenção militar. Rosa citou o exemplo da Argentina, onde as empresas que financiaram o golpe militar e apoiaram o regime foram obrigadas a pagar indenizações a trabalhadores perseguidos. A ditadura militar foi uma operação do governo dos Estados Unidos em conjunto com as classes dominantes no país para impedir a concessão de direitos pelo governo reformista e moderado de João Goulart aos trabalhadores.
A operação contou com o apoio da classe média conservadora. Ficou conhecido o caso do presidente da Ultragás, Henning Albert Boilesen, que não apenas financiou a Operação Bandeiras (Oban) como trouxe dos Estados Unidos uma máquina de eletro-choque acionada por um teclado para a tortura de militantes políticos que foi nomeada pelos militares como “Pianola Boilesen”. Há uma enorme pressão dos militares para dissolver a Comissão da Verdade ou impedir seu funcionamento, pois ainda que com objetivos limitados, não querem que a comissão divulgue nomes, datas e informações sobre o regime, enquanto seus mandantes estão vivos.
Ato Sindical Unitário
O coletivo sindical de apoio ao Grupo de Trabalho “Ditadura e repressão aos trabalhadores e ao movimento sindical”, realizará na próxima segunda-feira (22) na sede do Sindicato Nacional dos Aposentados, a partir das 9 horas, um Ato Sindical Unitário para relembrar os 30 anos da Greve Geral de 1983, ocorrida em 21 de julho de 1983, um marco na luta dos trabalhadores contra o arrocho salarial e a ditadura, que contribuiu para o fim do regime militar.
O evento será aberto por dois dirigentes da greve geral de 83, Jair Meneguelli e Arnaldo Gonçalves, que à época eram presidentes da CUT e do Sindicato dos Metalúrgicos de Santos, respectivamente. Serão exibidos vídeos curtos de representantes de diferentes categorias de trabalhadores que tiveram protagonismo na luta contra a ditadura.
Com informações do Correio do Brasil