Terceira rodada de negociações sobre Kaesong termina em fracasso
A República Popular Democrática da Coreia (RPDC) e a Coreia do Sul não conseguiram chegar nesta segunda-feira (15) a um acordo sobre o reinício das operações do complexo industrial conjunto localizado na região fronteiriça de Kaesong, paralisadas há cerca de três meses.
Publicado 15/07/2013 14:46
Fontes do Ministério de Unificação da Coreia do Sul citadas pela agência de notícias Yonhap indicaram que o fracasso era esperado porque continuavam inalteradas as diferenças sobre como abordar esse relançamento do único projeto entre as duas partes.
A terceira rodada de negociações começou de manhã e ao longo do dia foram realizadas duas plenárias e dois encontros entre os chefes das respectivas delegações, de acordo com os detalhes fornecidos pela agência chinesa de notícias Xinhua.
O encontro teve como sede o próprio parque industrial em Kaesong, localidade norte-coreana próxima ao Paralelo 38.
Enquanto Seul pede a Pyongyang que se responsabilize pelos danos sofridos pelas instalações durante estes três meses, a RPDC responsabiliza a Coreia do Sul pela suspensão dos trabalhos devido às extensas manobras militares realizadas junto aos Estados Unidos.
O governo de Seul exige também que essa zona de Kaesong se converta em um parque industrial internacional e pede a Pyongyang que permita investimento de companhias estrangeiras.
De acordo com os detalhes circulados em Pequim, Seul pressiona Pyongyang a assegurar que o atual cenário de paralisação das atividades não se repetirá. As atividades foram suspensas em 9 de abril, quando a RPDC retirou seus 53 mil empregados.
A Coreia Popular, no entanto, faz um chamado à Coreia do Sul a reabrir imediatamente o parque industrial assim que for concluído o trabalho de manutenção em Kaesong, onde funcionam 123 indústrias sul-coreanas.
Representantes das duas partes se reuniram no sábado 6 de julho, voltaram a se encontrar no dia 10 e ali acertaram a rodada desta segunda em Kaesong. Até agora se desconhece se as partes voltarão à mesa de negociações.
Na semana passada, a agência de notícias KCNA disse que a RPDC tinha apresentado "uma proposta prática e racional para que comecem os trabalhos nesse parque industrial, sobre a base do entendimento e confiança mútuos, no espírito da declaração de 15 de junho" (assinada no ano 2000).
"Apesar desses sinceros esforços para chegar a um acordo", comentou a KCNA, a parte sul fez "declarações sem fundamento que responsabilizam a RPDC pela suspensão das operações no complexo de Kaesong, sem nenhuma proposta realista para retomar os trabalhos".
Fonte: Prensa Latina