Tunísia dispõe-se a mediar pela redução das tensões no Egito
A coalizão que governa a Tunísia disse, nesta quinta-feira (11), que está preparada para desempenhar o papel de mediador na redução das tensões que eclodiram no Egito, intensificadas após a destituição do presidente Mohammed Mursi pelo Exército. Episódios de violência durante as manifestações contrárias e de apoio a Mursi resultaram em dezenas de mortos, principalmente nesta semana, diante da sede da Guarda Republicana, onde o presidente destituído está detido, segundo informações locais.
Publicado 11/07/2013 14:09

Uma declaração da coalizão do governo tunisiano, que inclui o grupo islâmico Ennahda, assim como outros dois partidos seculares, afirmou: “O bloco está pronto para oferecer qualquer coisa que possa diminuir a tensão no Estado ‘irmã’, Egito, e alcançar a reconciliação nacional que sirva ao país e à nação”.
O Sindicato dos Médicos do Egito pediu, nesta quinta (11), uma investigação imediata das ações das forças armadas diante da sede da Guarda Republicana, onde mais de 80 manifestantes morreram apenas nesta semana, em protesto pela libertação de Mursi, segundo informações do sindicato.
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Ou seja, para a Tunísia, a solução do problema é a busca por uma legitimidade consensual, ao invés da interferência da instituição militar para suplantar a legitimidade alcançada através das eleições.
Em uma reunião com o embaixador tunisiano no Cairo, o Ministério egípcio de Relações Exteriores fez objeções ao presidente da Tunísia por ter se referido ao processo atual como um “golpe militar”. De acordo com o Ministério, “isso é interferência nos assuntos internos do Egito e contradiz as relações positivas entre as nações dos dois países”.
Em resposta, a Tunísia disse ao embaixador egípcio em Túnis que a sua posição é “soberana e baseada na democracia”. No mesmo sentido, o Egito foi suspenso da União Africana, já que o Exército foi acusado de “interromper a ordem democrática” com a deposição de Mursi, na semana passada.
Com Middle East Monitor