ONU pede proteção às mulheres em protestos violentos no Egito
As Nações Unidas ressaltaram nesta quarta-feira (10) a necessidade de garantir que as mulheres possam participar das manifestações no Egito sem medo da violência. A Organização pediu tolerância zero com todas as formas de violência contra mulheres e meninas. Segundo a imprensa, mais de 90 estupros foram cometidos durante os protestos que sacodem o país e que foram intensificados após a destituição do presidente Mohammed Mursi, na semana passada.
Publicado 11/07/2013 09:35
“As mulheres do Egito têm estado no centro do movimento de uma sociedade civil vibrante, que continua a pressionar pelos direitos de todos os egípcios”, disse a vice-diretora da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), Lakshmi Puri.
“Sua participação na vida pública e a inclusão de suas necessidades e prioridades em qualquer solução política é pré-requisito para a democracia inclusiva no Egito”, acrescentou.
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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, têm destacado a necessidade de todas as partes no Egito agirem com moderação e protegerem os direitos humanos, recorrendo ao diálogo para resolver as diferenças pacificamente.
O Exército egípcio depôs o presidente Mohamed Morsi no dia 3 de julho. A Constituição foi suspensa e adversários e apoiadores de Morsi têm se enfrentado em grandes manifestações e as forças de segurança atuado de forma a aprofundar o caos.
O escritório de direitos humanos das Nações Unidas disse nesta terça-feira (9) estar “alarmado” com o crescimento da crise política no Egito e lamentou o fato que dezenas de pessoas foram mortas e feridas em meio à queda do presidente Morsi.
De acordo com o Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH), desde sexta-feira (5) mais de 80 pessoas foram mortas e mais de mil foram feridas em diversos confrontos pelo país, dentro e fora do complexo da Guarda Republicana.
Cécile Pouilly, a porta-voz do ACNUDH, parabenizou o anúncio feito pelo chefe interino do Estado, afirmando que foi pedida uma investigação do incidente desta segunda-feira (8), onde aproximadamente 51 pessoas foram mortas e 300 foram feridas. Pouilly disse a jornalistas em Genebra que o inquérito deve ser realizado por um organismo independente e imparcial, e seus resultados devem ser tornados públicos.
Com informações da Organização das Nações Unidas