Venezuela vive ofensiva contra a corrupção
A Venezuela encontra-se atualmente imersa em uma ofensiva contra o flagelo da corrupção, que avança tanto em instituições governamentais como por meio de pesquisas em torno de vários dirigentes políticos da oposição.
Publicado 10/07/2013 19:17
Em entrevista ao canal público Venezuelana de Televisão (VTV) o deputado José Javier Morales, vice-presidente da Comissão de Política do Interior da Assembleia Nacional, citou um questionário segundo o qual 80% dos consultados apoia esta cruzada empreendida pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Morales referia-se em específico ao caso do parlamentar opositor Richard Mardo — representante do partido Primeira Justiça pelo estado de Aragua —, que é investigado por lavagem de dinheiro e delitos incluídos na lei contra a corrupção.
A esse respeito, Morales disse que já realizou uma audiência oral e pública perante o Tribunal Supremo de Justiça, que ocorrerá em um prazo de 30 dias para se pronunciar sobre se há ou não indícios para processar Mardo.
Caso existam — apontou o deputado socialista —, a Assembleia iniciaria um procedimento para revogar a imunidade parlamentar do político sob investigação.
Segundo Morales, o depoimento sob juramento de Mardo fala sobre cerca de 600 mil bolívares (US$ 95,2 mil); no entanto, pôde ser constatado que este manejava mais de 640 mil bolívares (US$ 101,5 mil) em notas e mais de dois milhões em cheques (US$ 317,5 mil).
O vice-presidente da Comissão de Política Interior assegurou que essas cifras estão muito acima do poder adquisitivo de um parlamentar.
Além disso, recordou que na atualidade ocorre uma investigação que atinge o também deputado opositor Juan Carlos Caldera, que supostamente recebeu subornos.
Nesta quarta-feira (10), o presidente do Conselho Legislativo do estado de Lara, Luis Jonás Reis, levou às câmeras da VTV suas denúncias contra o governador desse território, Henry Falcón, que também é investigado por supostas irregularidades administrativas.
Há algumas semanas, Falcón foi interrogado pela Comissão de Controladoria da Assembleia Nacional sobre a não execução de uma obra na qual supostamente foram investidos cerca de três milhões de bolívares (mais de US$ 475 mil) e outros dois casos de mau manejo de fundos.
Como parte da "guerra mortal" contra a corrupção, foi divulgado há dois dias a prisão de cinco servidores públicos vinculados ao denominado Fundo chino-venezuelano.
Depois de investigar durante várias semanas, capturamos essas pessoas pelo desvio de US$ 84 milhões do Fundo através do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social de Venezuela, informou então o presidente Maduro do estado de Amazonas.
Estas ações somam-se às recentes realizadas no seio de entidades como o Instituto para a Defesa das Pessoas no Acesso aos Bens e Serviços — relançado sob a direção de Eduardo Samán — e o Serviço Nacional Integrado de Administração Alfandegária e Tributária.
Fonte: Prensa Latina