Senadora dos EUA pede fim à alimentação forçada em Guantânamo

A senadora estadunidense Dianne Feinstein, que costuma advogar pelo encerramento da prisão ilegal mantida pelos EUA na base militar de Guantânamo, ressaltou nesta terça-feira (9) a crueldade da prática de alimentação forçada imposta a 45 detidos em greve de fome. Dianne é presidente da Comissão de Inteligência do Congresso norte-americano.

Senadora dos EUA Dianne Feinstein - US House of Representatives

A senadora explicou que os detentos "são atados a uma cadeira por seus troncos, seus pés, mãos e, duas vezes ao dia, introduzem neles um tubo pelo nariz até o estômago, talvez recoberto de azeite de oliva, obrigando-os a se alimentar".

Dianne visitou a base militar de Guantánamo, em Cuba, em 7 de junho, com o senador republicano John MacCain e o secretário-geral da Casa Branca, Denis McDonough, e fez protestos contra as condições dos detidos juntamente com o senador Richard Durbin.

Ambos são democratas, e Dianne já havia se pronunciado sobre a questão naquele mês, enviando uma carta em que pedia o fim da alimentação forçada ao secretário de Defesa, Chuck Hagel.

O presidente Barack Obama se diz favorável ao fechamento da prisão, que abriga 166 detentos, mas uma lei aprovada pelo Congresso recentemente proíbe o translado dos presos para território americano. Entretanto, analistas levantaram a possibilidade de Obama usar do poder Executivo para forçar o encerramento da prisão.

Após a rejeição da Justiça, na segunda-feira (8), à demanda do sírio Abu Wa'el Dhiab pelo fim da alimentação forçada durante o jejum do Ramadã (mês de observação religiosa para o Islã), um grupo de senadores se dispôs a escrever ao presidente Obama.

A juíza Gladys Kessler explicou que as leis aprovadas pelo Congresso a impediam de intervir porque não tem jurisdição sobre o assunto, mas que restava "uma pessoa com autoridade para enfrentar esses problemas", e essa pessoa é o presidente.

Dos 106 grevistas de fome, em protesto por sua detenção indefinida e pela falta de acusações formais contra eles, 45 são alimentados à força, segundo os últimos dados divulgados na sexta-feira (5) pelos responsáveis por Guantánamo. Três dos grevistas estão internados.

Com agências,
Da redação do Vermelho