Equador descobre microfone na embaixada do país em Londres
O chanceler do Equador, Ricardo Patiño, revelou nesta terça-feira (2) a descoberta de um microfone oculto na embaixada do país em Londres. No local está asilado há pouco mais de um ano o fundador do Wikileaks, Julian Assange, contra a vontade das autoridades britânicas.
Publicado 03/07/2013 12:32
"Lamentamos informar que descobrimos um microfone escondido em nossa embaixada em Londres", disse Patiño em entrevista coletiva em Quito.
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Segundo o "El País", o aparelho foi descoberto em junho, antes da visita do ministro ao fundador do Wikileaks, Julian Assange e com o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, William Hague, para discutirem a situação do jornalista australiano, refugiado na embaixada equatoriana em Londres.
Patiño ressaltou que não insinuava que esse aparelho tivesse a ver com as denúncias sobre os programas de espionagem dos Estados Unidos e que, uma vez que se conheça a origem do microfone, o país pedirá "explicações" ao governo responsável.
"Creio que tem outra origem", afirmou o ministro, acrescentando que exige "uma explicação razoável. Para ele, ou o microfone foi roubado ou trata-se de uma ação de serviços de inteligência de determinado governo".
Em entrevista coletiva, o chanceler disse que deve conversar sobre o caso com o presidente equatoriano, Rafael Correa, e afirmou que dará novos detalhes sobre o caso amanhã.
Naquele momento, disse o chanceler, a descoberta não foi divulgada para evitar que o caso atrapalhasse os motivos de sua visita à capital britânica e porque o governo quis obter mais informações sobre a origem do aparelho. Ele foi colocado no escritório da então embaixadora, Ana Albán.
"Vamos pedir explicações imediatamente" às pessoas suspeitas de estarem vinculadas com a origem da colocação do equipamento, reiterou. Em sua opinião, a descoberta é outra confirmação da ausência cada vez maior de ética nas relações atuais entre governos. "Existem infiltrados por todos os lados", declarou Patiño.
Patiño lembrou que as denúncias de espionagem dos EUA envolvem países como França e Alemanha, "que têm equipes de inteligência e de segurança muitíssimo mais avançadas, desenvolvidas e experientes que o Equador, mas, no entanto, foram alvos de espionagem".
Por isso, insistiu que o governo terá que aumentar a segurança de suas comunicações "porque, claro, tudo o que falamos entre nós está aparecendo publicamente", disse.
Fonte: Opera Mundi