PCdoB-Fortaleza realiza plenária e garante agenda de mobilização
Na manhã deste sábado (29), os militantes comunistas participaram da plenária convocada pelo Comitê Municipal do PCdoB. O objetivo do encontro foi debater o momento político brasileiro e a participação da militância nas manifestações por mudanças progressistas.
Publicado 30/06/2013 23:07 | Editado 04/03/2020 16:28
Estiveram presentes no evento os membros dos comitês auxiliares, organizações de base, lideranças sindicais, estudantis e do movimento comunitário. A plenária também contou com a presença do deputado federal, Chico Lopes, do estadual, Lula Morais e do vereador de Fortaleza, Professor Evaldo Lima.
O presidente do PCdoB/Fortaleza, Luís Carlos Paes de Castro, conduziu a reunião e durante sua intervenção acentuou os avanços obtidos nos últimos dez anos e enfatizou que os protestos ocorridos nos últimos dias, revelam de forma clara, à insatisfação popular com a situação em que se encontram diversas áreas como a saúde, educação, segurança e o transporte público nas grandes metrópoles do País.
Para Luís, a solução para tais questões, passa pelo aprofundamento das mudanças iniciadas no primeiro governo Lula, porém ainda falta modificar estruturas importantes, como a política macro-econômica, que tem caráter conservador e é influenciada pela herança neoliberal, que estimula a austeridade fiscal, o controle da inflação, mediante as taxas de juros elevadas e a manutenção de uma taxa de câmbio valorizada. “Todas essas questões implicam no desestímulo de novos investimentos produtivos, na transferência de emprego para o exterior e na desindustrialização do País,” ratificou o presidente, acrescentando que alguns manifestantes combatem os gastos com a Copa do Mundo, mas que não entendem que parte dos investimentos não chega a 30 bilhões de reais, sendo um valor menor gasto com estádios e outra bem maior com obras de mobilidade urbana, porto, aeroportos e assim por diante,” esclareceu.
Luís também frisou que a falta de entendimento com relação ao tema está fazendo com que algumas pessoas fortaleçam o discurso da direita, causando assim um desvio da questão central, que diz respeito à análise profunda sobre os direitos sociais e as modificações estruturais no Brasil. “Muitos estão deixando de enxergar que há anos, saem dos bolsos do nosso povo mais de 200 bilhões de reais para pagamento de juros da dívida pública, ou seja, sete vezes mais do que se gasta com a Copa e isso tem sido rotineiro a cada ano,” alertou Luís, argumentando que a sangria bilionária anual, beneficia, exclusivamente, banqueiros e especuladores nacionais e estrangeiros, “esse é o grande entrave que deve ser superado para se elevar os investimentos em saúde, educação, segurança e infraestrutura, contribuindo para o desenvolvimento econômico e a melhoria de vida das pessoas,” complementou.
Papel do PCdoB
Segundo Luis Carlos, o PCdoB tem uma tarefa fundamental nesse debate de ideias e na disputa política que acontece entre as forças do avanço e do retrocesso político no Brasil. Para o dirigente, “com ousadia e firmeza é possível conquistar as massas manifestantes, para se juntarem aos milhões organizados na Europa e aos que ocuparam Wall Street, nos Estados Unidos, que compreenderam quem são os verdadeiros responsáveis pela crise, pelo desemprego e pelas desigualdades sociais.
O presidente afirmou, que no caso brasileiro, para além da luta contra a financeirização da economia, e em defesa da produção, se coloca com força a necessidade de uma reforma política, com viés democrático, que reduza a influência do poder econômico nas eleições e possa fortalecer a participação popular. Sendo assim, Luis enfatizou a luta pela aplicação das reformas previstas no Programa Socialista do PCdoB, aprovadas no 12º Congresso do Partido.
Próximos passos
Como encaminhamento foi definido uma agenda de reuniões em todos os organismos de base e a mobilização dos comunistas para o Dia Nacional de Luta, no próximo 11 de julho, organizado pelas centrais sindicais, em conjunto com diversas entidades dos movimentos sociais e que terá como bandeira principal, a redução da jornada de trabalho, de 44 para 40 horas semanais. “Todo comunista que participe de algum sindicato ou movimento social deve colocar este dia em discussão e buscar construir coletivamente o ato,” orientou Luís.
Também foi pactuada a importância de reforçar as atividades promovidas pelas centrais sindicais e pelo movimento estudantil, que ocorrerão no dia 2 de julho, pela manhã, no Aeroporto Pinto Martins, visando à abordagem aos parlamentares federais e a partir das 13 horas, na Praça da Faculdade de Direitos da UFC, uma manifestação pela revogação do último aumento da tarifa de ônibus em Fortaleza.
De Fortaleza,
Ívina Carla