Farc estão dispostas a deixar as armas, diz guerrilheiro
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP) estão dispostas a deixar as armas no caso de uma solução política ao conflito, mas consideram uma questão de princípios a entrega ao governo colombiano.
Publicado 27/06/2013 18:00
Assim expressou Pablo Catatumbo, membro da delegação insurgente que participa em Havana dos diálogos de paz com representantes do presidente Juan Manuel Santos.
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Em entrevista exclusiva para Prensa Latina, Catatumbo disse que o problema não são as armas em si, mas o efeito que causam. Por isso as Farc sabem que, se os diálogos de paz forem bem sucedidos, em algum momento deverá ser debatido o quê fazer com o armamento de guerra.
"Para nós é uma questão de princípio não entregá-las, mas abandonar as armas é diferente. Essas armas nos custaram sangue, temos muito mortos, sangue e viúvas por trás dessas armas", sublinhou.
"Se o que quiserem é a satisfação de nos humilhar, não nos peçam isso. Podemos sim procurar a maneira de que essas armas deixem de ser usadas para a guerra", enfatizou o guerrilheiro.
Sobre esse tema, fez um chamado ao governo colombiano para discutir alternativas que viabilizem a pacificação do país.
"Nelson Mandela não entregou nenhum fuzil, nem o Exército Republicano Irlandês, que chegou a acordos com o governo britânico com a presença de garantes reconhecidos por ambas partes", explicou.
Ele disse que devem haver condições mínimas para continuar lutando sem ter que recorrer à via armada."Quando falamos em deixar as armas, tem que ver os dois lados. É necessária a desmilitarização do campo colombiano", agregou Catatumbo para destacar que o exército de seu país tem meio milhão de efetivos ativos no campo.
"Estamos lutando em armas porque fomos obrigados, não nos deixaram outra maneira de intervir na luta política, nos assassinaram", insistiu.
Fonte: Prensa Latina
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