Embaixador progressista Arnaldo Carrilho faleceu nesta quarta
Faleceu nesta quarta-feira (26), em Brasília, o embaixador Arnaldo Carrilho. Progressista, amigo das causas justas e revolucionárias em todo o mundo, aliado da causa anti-imperialista, Carrilho foi embaixador do Brasil na Palestina, na República Popular Democrática da Coreia (RPDC), Vietnã, e muitos outros países, durante 47 anos de carreira no Ministério de Relações Exteriores do Brasil.
Publicado 27/06/2013 10:57
O carioca Arnaldo Carrilho morreu aos 76 anos, em decorrência de uma insuficiência renal aguda e complicações decorrentes de problemas cardíacos.
Provavelmente em função do seu empenho anti-imperialista e solidariedade à luta dos povos, Carrilho foi o primeiro embaixador do Brasil em Ramallah (sede administrativa da Autoridade Palestina, na Cisjordânia) e em Pyongyang, Coreia Popular.
A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) afirmou: “Externamos nosso profundo pesar pelo falecimento do embaixador Arnaldo Carrilho. Nossos sentimentos aos familiares e amigos desse homem que lutou com diplomacia e entusiasmo contra as injustiças e pela autodeterminação dos povos”.
Carrilho participou de uma conferência no Fórum Social Mundial Palestina Livre, em novembro de 2013, em Porto Alegre, e em sua página, a Fepal reproduziu uma mensagem do embaixador pela ocasião do falecimento do famoso poeta palestino Mahmoud Darwish, em 2008: Máhmude Deruíche vive! Para sempre! É próprio do destino dos que sofrem da doença esperança. Vamos herdá-la, com vigor fortalecido.”
Socorro Gomes, presidenta do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e do Conselho Mundial da Paz, disse que o embaixador contribuiu para a “consolidação da cultura brasileira com outros povos, foi fundamental no relacionamento com a Palestina e teve sempre muito respeito, apoio, simpatia e consciência da importância do apoio à luta pelo Estado palestino".
Sobre o seu papel na política externa brasileira, Socorro também disse que Carrilho "foi muito importante na consolidação dessa política de amizade e defesa da autodeterminação dos povos no Brasil. Pessoa muito séria, humanista, de valores nobres, amigo do Cebrapaz; estive com ele em alguns momentos, como quando interveio no FSM pela Palestina, em uma mesa em que participei, e deu uma grande contribuição”.
Teve 47 anos de carreira no Ministério de Relações Exteriores (Itamaraty), dos quais 37 passou no exterior, incluindo 12 no mundo islâmico e 10 na Ásia, enquanto abriu cinco estabelecimentos diplomáticos: Jeddah, na Arábia Saudita, Berlim Oriental, Bissau, Praia, e Pyongyang.
No período em que esteve no exterior, serviu em quatro países socialistas: Polônia, Alemanha Oriental, Laos e Coreia do Norte.
Antes de chegar a Pyongyang, Carrilho foi designado embaixador extraordinário junto à cúpula América do Sul – Países Árabes, uma iniciativa emblemática na lógica da cooperação Sul-Sul da diplomacia brasileira e latino-americana.
Carrilho também defendeu ativamente o cinema brasileiro no exterior e ficou bastante reconhecido no âmbito nacional por esse ativismo.
Por Moara Crivelente, da redação do Vermelho