Jussara Cony debate internação compulsória na Cosmam
A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) reuniu-se na manhã desta terça-feira, 25/6, para debater a internação compulsória de dependentes químicos. O tema foi proposto pela vereadora e vice-presidente da Comissão, Jussara Cony. Participaram da reunião representantes da Secretaria Municipal de Saúde, de entidades e profissionais da área, além da sociedade civil.
Publicado 25/06/2013 15:36 | Editado 04/03/2020 17:09
A discussão ocorreu em função de um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados e trata da internação compulsória. No encontro desta manhã, vereadores e técnicos posicionaram-se contrários à proposta. Segundo os participantes do debate, é preciso, antes de tudo, ter uma rede de atendimento comprovadamente eficaz e acessível. “Hoje isso não existe e aprovar a internação compulsória é adotar uma medida higienista e não humanista, como acredito que deva ser”, defendeu Jussara.
Para a vereadora “essa é uma questão que envolve a transversalidade: saúde, educação, segurança. direitos humanos, cultura, esporte, lazer e, principalmente, um projeto de desenvolvimento que ofereça garantia de emprego, de estudo e saúde”. Jussara destacou, ainda, a participação no seminário “Mental Tchê”, que acontece anualmente em São Lourenço do Sul, primeira cidade brasileira a implementar a política municipal de saúde mental. “O Estado tem que tornar essa política de saúde mental e a de enfrentamento a drogadição em política de estado, com regulamentação do tratamento, desde a prevenção até a recuperação em comunidades terapêuticas, com regramentos, tornando-a responsabilidade do estado sob a ótica de equipes multiprofissionais”, disse.
Jussara Cony defendeu que “a internação involuntária determinada pela justiça tem que ser subsidiada por uma avaliação médica cuidadosa que leve em consideração o histórico do paciente. Com a escassez de psiquiatras na rede pública de saúde, famílias de baixa renda teriam dificuldade de pleitear o serviço”, sustentou.
Ao fim da reunião, consolidou-se a ideia de que a internação compulsória não é solução para os dependentes químicos. No entendimento dos presentes, antes da internação, é preciso haver uma reeducação social.
No final do encontro, Jussara reforçou a todos os presentes, o convite sobre o Seminário “Saúde, um bem que se quer”, que inicia no dia 27 de agosto, e irá debater os 25 anos de lutas na construção do SUS no Brasil e do movimento “Saúde +10”, idealizador do Projeto de Lei de iniciativa Popular que luta pela destinação de 10% dos recursos da União para a Saúde no Brasil.
Para o Vermelho,
Flávia Lima Moreira