Publicado 24/06/2013 17:32 | Editado 04/03/2020 17:16
Assistimos recentemente a tentativa – mais uma – da grande mídia de manipular legitimas manifestações populares que tomaram todo o país.
Os grandes veículos de comunicação inicialmente atacaram as manifestações que tiveram como estopim o aumento das tarifas de ônibus acusando seus participantes, entre outras coisas, de vandalismo.
Logo depois, com o crescimento da participação nos protestos causado, entre outros fatores, pela brutalidade com que a Polícia Militar reprimiu as ações populares, utilizaram a falta de motivos aparentes, ou o excesso de motivos, para então passar a apoiar e pautar a sequência dos atos que eclodiram pelo Brasil inteiro.
Ação muito semelhante, por parte dos grandes veículos de comunicação, às realizadas durante a tentativa de desestabilização do governo Lula durante o episódio do “mensalão”. A diferença é que dessa vez eles já contavam com o povo nas ruas. O esforço foi apenas desviar e manipular as manifestações que viriam a seguir.
Reforçando a ideia de manifestações “sem partidos”, imaginaram que conseguiriam despolitizar o debate, e por alguns dias de fato o conseguiram, sobretudo na última quinta-feira dia 20. Porém, com a rápida articulação de grupos nas redes sociais que estão fazendo suas próprias coberturas dos eventos e as vozes populares de diversos movimentos sociais que não compactuaram com a tentativa de “assalto” do movimento por parte da mídia, a manipulação começou a ser desmontada.
Esse fato reforça a necessidade dos debates acerca da democratização dos veículos de comunicação, que nada mais é do que o cumprimento da Constituição brasileira.
Até hoje não temos um órgão regulador para esta atividade.
*É jornalista e membro do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé de São Paulo