Marcha das Vadias volta às ruas de Brasília neste sábado
A Marcha das Vadias volta às ruas de Brasília, neste sábado (22), a partir das 14 horas, para lutar, como vem fazendo a três anos, por uma sociedade livre de violências contra as mulheres. Este ano, as bandeiras de luta são contra o Estatuto do Nascituro e à Bolsa Estupro, em defesa da legalização do aborto. A marcha, que terá concentração em frente ao Conjunto Nacional, pretende reunir mais de cinco mil pessoas nas ruas.
Publicado 21/06/2013 11:11
Segundo as organizadoras da Marcha, “toda mulher já foi ou será chamada de vadia um dia. Já fomos chamadas de vadias porque usamos roupas curtas, porque transamos quando e com quem queremos, por simplesmente dizer “não” a um homem, porque não seguimos o que a sociedade ou a nossa família esperava de nós”, explicando o nome da Marcha.
“Já fomos e somos diariamente chamadas de vadias simplesmente por sermos mulheres. Por isso, a Marcha leva esse nome: para dizer que independente de sermos consideradas vadias ou não, nada dá o direito de nos agredirem. Se ser livre é ser vadia, somos vadias”, anunciam.
O Distrito Federal é a 8ª localidade mais violenta do país, para as mulheres, segundo o Mapa da Violência de 2012. Em 2011, houve cerca de 684 inquéritos policiais em crimes de estupro só no DF – uma média de duas mulheres violentadas por dia.
De acordo com o Ministério da Saúde, o aborto inseguro é a quinta principal causa de mortalidade materna, no Brasil, onde uma em cada cinco mulheres já abortou.
“Não podemos nos calar diante de tanta violência. Em uma sociedade onde a mulher não tem direitos sobre seu próprio corpo, onde homossexualidade é tratada como doença e a discriminação racial é cotidiana, mais do que nunca precisamos continuar marchando”, diz o texto que chama os manifestantes para a Marcha.
E acrescenta que “para que não restem dúvidas de que nossos corpos e nossas vidas são apenas nossos, não de qualquer homem que nos assedia na rua, nem dos nossos pais, maridos ou namorados. Muito menos dos pastores ou padres, dos Congressistas, dos médicos ou dos consumidores. Nossos corpos são nossos e vamos usá-los, vesti-los e caminhá-los por onde e como bem entendermos”.
Este ano, a Marcha das Vadias já ocorreu em São Paulo e Guarulhos (SP), Belo Horizonte e Uberlândia (MG), Florianópolis (SC), Aracaju (SE), Recife (PE) e outras cidades brasileiras.
Da Redação em Brasília