Renato: A voz do povo deve ser atentamente escutada e respondida
As manifestações juvenis e populares que se ampliam e se estendem por todo país têm um motivo – uma causa social. Para o PCdoB a questão democrática se entrelaça com a questão social. Por isso, para o avanço democrático é precioso e auspicioso conhecer através de largas manifestações – por serem mais autênticas – o que clama e atormenta parcelas significativas do nosso povo.
Por Renato Rabelo*
Publicado 18/06/2013 19:32
Muitas vezes são razões maiores que se acumulam, vindo à tona através de reivindicação aparentemente simples. A luta contra os preços das tarifas dos transportes urbanos e o descontentamento contra os elevados investimentos na construção dos estádios de futebol são
manifestações agudas e de um grande estresse vivido pela maior parcela da população dos grandes centros urbanos no Brasil.
As cidades em nosso país cresceram rapidamente, sem conseguir contar em tempo com estruturas adequadas para responder a essa galopante transformação, provocando assim uma concentração de graves problemas sociais – tornando-as inóspitas para seus habitantes – sobretudo para os que vivem nas suas periferias. O estalar desses acontecimentos que se espraia pelo país afora tem o sentido de uma alerta, de um extravasamento das reais condições da vida nas cidades, sendo um dos grandes problemas, na sequencia de muitos, que ocupam agora a ordem do dia e devem ter prioridade e serem enfrentados.
Defendemos que os governos realmente democráticos e comprometidos em garantir o avanço social – os governos em que estamos à frente, ou dele participamos – têm o dever de buscar saídas para começar a resolver os graves problemas urbanos. Uma solução de fundo que se impõe, defendida pelo Programa do PCdoB, é a concretização de uma Reforma Urbana, que possa estabelecer um plano integrado para o desenvolvimento, renovação e humanização das cidades. É uma exigência que se avoluma.
De imediato, medidas para enfrentar o urgente problema habitacional – que tem forte impacto nos centros urbanos – já foram deflagrados pela presidenta Dilma Rousseff por meio do programa de grande dimensão, Minha Casa Minha Vida, que vem cumprindo significativo papel no financiamento de moradias populares. Também através do PAC 2 são muitos os projetos em andamento para solucionar impasses estruturais de mobilidade urbana em grandes centros nas capitais. Mas vai se impondo como uma questão candente a resposta para a edificação de um sistema e o financiamento dos transportes de massa, de qualidade nos centros urbanos, que permita a locomoção dos seus habitantes sem necessitar do uso constante do automóvel.
O PCdoB se empenhará – por meio da sua influencia no movimento social e da sua participação e relação com os governos democráticos – na busca emergencial de medidas que encontrem já soluções para reduzir os preços das tarifas dos transportes urbanos e para maior eficácia das redes de transporte coletivo. Neste momento é necessário um esforço conjugado que reúna os governos Federal, estadual e municipal no caminho de encontrar uma saída de como responder a esses sentidos anseios.
*Renato Rabelo é presidente nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)