Farc propõem Constituinte como tratado de paz para Colômbia
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP) manifestaram nesta terça-feira (18) que consideram necessário que o segundo ponto do debate nos diálogos com o governo de Juan Manuel Santos não se limite exclusivamente à participação da guerrilha na política mas para a “construção” da democracia e reivindicam uma Assembleia Constituinte como tratado de paz no país.
Publicado 18/06/2013 15:17
As delegações retomaram nesta terça as sessões conjuntas na mesa de diálogos em Cuba, após estar uma semana trabalhando separadamente em propostas sobre a participação política, segundo ponto da agenda do processo que tenta acabar com mais de 50 anos de conflito armado.
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Em sua chegada ao Palácio de Convenções de Havana – sede permanente dos diálogos – as Farc reiteraram sua reivindicação de convocar na Colômbia uma Assembleia Constituinte . “Por que ter medo da opinião do povo, pela verdadeira democracia?” O exercício do Poder Constituinte é, sem dúvida, a expressão genuína da afirmação de que a soberania reside exclusivamente no povo”, indica o documento.
“Não estamos falando de uma Constituinte para depois de deixar as armas, mas de uma Constituinte como tratado de paz e novo contrato social. A Constituinte é mais que um cenário de referendação [de um eventual acordo de paz]; é o espaço que define a paz”, destacou a guerrilha.
As Farc questionaram o sistema judiciário colombiano afetado, em sua opinião, pela "corrupção e politicagem" e convidaram a sociedade colombiana e as faculdade de direito das universidades do país para se pronunciarem sobre uma reforma na justiça.
A solicitação de uma Assembleia Constituinte na Colômbia converteu-se em uma das principais demandas da guerrilha nos diálogos oficiais que buscam a paz naquele país. De fato as Farc iniciaram o atual ciclo pedindo o adiamento das eleições previstas para 2014 para organizar um processo constituinte, proposta que é rechaçada rotundamente pelo governo de Santos.
A delegação do governo colombiano, liderada pelo ex-vice-presidente Humberto de la Calle, não fez declarações para a imprensa.
Fonte: TeleSUR
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