Iranianos participam "massivamente" na eleição; reformista lidera
O porta-voz do Conselho de Guardiões (CG) do Irã, Abasali Kadjodai, reiterou na noite desta sexta-feira (14) a transparência das eleições presidenciais, além de destacar a presença massiva dos votantes nos colégios eleitorais. Também o secretário-geral do partido de resistência islâmica Hezbolá do Líbano, Said Hassan Nasrallah, felicitou a República Islâmica do Irã pela “festa da democracia”. Segundo informações oficiais, o candidato reformista Hassan Rohani lidera a contagem parcial de votos.
Publicado 15/06/2013 11:04
“Não houve qualquer irregularidade na 11ª rodada das eleições e os representantes do CG supervisionaram a votação até o último momento. Agora, também seguem vigiando o processo eleitoral” na contagem dos votos, disse Kadjodai.
Segundo o porta-voz do CG, depois do encerramento dos locais de votação deu-se início imediatamente à contagem, mas deixou claro que o Ministério do Interior é o único responsável para anunciar o resultado das eleições.
Segundo a contagem inicial dos votos, divulgada pelo Ministério do Interior, o candidato reformista Hassan Rohani lidera as eleições com 50,8% dos votos, seguido à distância por Mohamad Baqer Qalibaf, com 15% dos votos.
Democracia iraniana
A participação massiva dos iranianos nas eleições causou grande repercussão midiática em todo o mundo. O diário britânico The Guardian e a emissora estadunidense NBC reconheceram a participação popular, e a agência francesa AFP destacou que “os iranianos dirigiram-se em massa às urnas para eleger o sucessor de Mahmoud Ahmadinejad”.
A repórter da emissora do Catar, Al-Jazeera, anunciou a recente assistência dos eleitores aos colégios eleitorais desde o início da votação até o encerramento das urnas, e a agência alemã DPA disse que não esperava tamanha participação, provavelmente com base nas informações simplistas e por vezes manipuladoras patentes na mídia internacional sobre o regime iraniano.
Já a agência russa RIA Novosti, por exemplo, informou sobre a extensão do horário de votação, já vista como uma possibilidade pelo Ministério do Interior antes, devido à alta participação das pessoas.
O secretário-geral do Hezbolá disse que, nessas eleições, o Irã mostrou “a verdadeira participação popular e uma vitória nacional, na qual o voto do líder do país tem o mesmo valor que o das outras pessoas”. Nasrallah deu declarações por videoconferência, e disse desejar que essa democracia se espalhe pelo mundo.
O Hezbolá e o Irã são aliados do governo constitucional do presidente Bashar Al-Assad, da Síria, e por isso Nasrallah assegurou que a postura do seu partido não mudará, mesmo que seja ameaçado pelos inimigos, como Israel, que também ameaça o Irã com uma agressão frequentemente.
O governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu anunciou não acreditar que as eleições iranianas mudem a relação entre os dois países, já tensa historicamente. O Irã defende o direito palestino a um Estado soberano e critica sistematicamente a política sionista (colonialista) do governo de Israel, enquanto este acusa o iraniano de produzir armas nucleares (alegação já rechaçada repetidamente) com a intenção de atacar israelenses, motivo pelo qual já ameaçou atacar o Irã diversas vezes.
Com agências,
da redação do Vermelho