Síria sofre consequências da violência e EUA enviarão mais armas
Ao menos 93.000 pessoas morreram no conflito sírio desde março de 2011, quando as revoltas foram iniciadas por rebeldes e grupos armados (muitos compostos por mercenários e abastecidos desde o exterior) contra o governo constitucional do presidente Bashar Al-Assad. As informações foram dadas pela Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Navy Pillay, nesta quinta-feira (13). No mesmo dia, o governo dos EUA decidiu enviar “mais apoio militar” aos rebeldes, segundo a Segurança Nacional.
Publicado 14/06/2013 09:52
O presidente dos Estados Unidos Barack Obama autorizou o envio de armas aos rebeldes sírios como parte de um novo pacote de “apoio militar à oposição” que tenta derrubar à força o presidente Assad, segundo a agência Reuters, publicadas nesta quinta.
A medida aprofunda a ingerência estrangeira devastadora na política interna da Síria e o seu papel na escalada da violência, além de um desempenho contra-produtivo do imperialismo estadunidense, já que os EUA também estão envolvidos em conversações com a Rússia na suposta tentativa de mediar uma solução política para o conflito.
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Enquanto isso, segundo a representante da ONU, 6.561 menores perderam a vida no conflito, inclusive 1.729 crianças menores de 10 anos. As informações são publicadas em um momento em que o exército sírio avança na luta para recuperar o controle de pontos estratégicos do país, com o apoio da população.
O objetivo é impulsionar uma situação de estabilidade e a proteção dos civis, de acordo com o governo sírio, agora na região da cidade Alepo, a segunda maior do país, depois da retomada da cidade de Al-Qusair, perto da fronteira com o Líbano, e regiões que serviam de rota para o abastecimento bélico dos grupos armados por vizinhos como a Turquia.
O anúncio feito pelo conselheiro adjunto Ben Rhodes na confirmação do envio de “mais apoio militar à oposição” seguiu a acusação infundada e manipuladora de que o governo sírio teria usado armas químicas, nomeadamente o gás neurológico sarin contra a população.
"O presidente Barack Obama tomou a decisão de dar mais apoio à oposição. Daremos apoio direto ao Conselho Militar Supremo (SMC) e isso inclui apoio militar", disse Rhodes.
Não há indícios que deem base às acusações dos EUA sobre o uso de armas químicas por parte do governo sírio, que já rechaçou a alegação contundentemente e pediu a investigação da ONU sobre o assunto, acusando os grupos armados da responsabilidade pelo uso de gás sarin.
Até a data, membros da ONU como os próprios EUA recusaram-se a atender o pedido do governo sírio por uma investigação independente e a considerar as reivindicações por um diálogo político nacional livre da ingerência externa, iniciativa oficial já atendida por membros da oposição no país e rechaçada pelos supostos representantes no exterior, como a Coalizão Nacional das Forças da Revolução e da Oposição Síria (CNFROS).
A posição dos EUA e de países da região tem sido fundamental na manutenção da situação de violência e na legitimação de ações violentas de atores políticos que se negam a dedicar esforços pelo diálogo político nacional, já proposto reiteradas vezes pelo governo da Síria.
Com agências,
Moara Crivelente, da redação do Vermelho