UJS condena ação repressora da Polícia Militar em protestos
Nesta quarta-feira (12), um dia após o terceiro ato organizado por movimentos de juventude contra o aumento da passagem de ônibus e metrô, a União da Juventude Socialista (UJS) divulgou nota condenando a repressão sobre os manifestantes na noite de terça-feira (11), em São Paulo (SP). Abaixo, a íntegra da nota.
Publicado 12/06/2013 14:56
Nota da UJS do município de São Paulo sobre o aumento da passagem
Ao longo de décadas o automóvel foi prioridade no investimento em mobilidade urbana. Na cidade de São Paulo, ocorreu um desenvolvimento no mercado de crédito, produção de insumo, controle pelo governo no combustível, investimento em vias públicas, onde na maioria das vezes o automóvel sempre teve prioridade.
Isto é, o transporte coletivo, utilizado pela maioria dos trabalhadores, acabou sendo prejudicado por ter menos investimento e não fazer parte de um planejamento de acordo com as demandas das grandes cidades. Infelizmente, a população que mora nas periferias da cidade é a mais prejudicada, pois reside distante dos locais de emprego, consumo e entretenimento. Além disso, sofre com a espera absurda nos pontos de ônibus, onde enfrentam filas imensas todos os dias para ir e voltar do trabalho, ou estudar. Ônibus superlotados, congestionamentos quilométricos e muitas vezes falta dinheiro para pagar as tarifas caríssimas.
Esses problemas também são frutos da exploração do transporte coletivo por conta de empresas privadas que os administram e servem a interesses econômicos, de lucro e acumulação de capital.
Anualmente, uns dos maiores receios da população são os reajustes das tarifas de ônibus, trem e metrô, mantidos por empresas que não poupam o bolso do trabalhador, pressionam o governo que, por sua vez, se deixa levar por reajustes que elevam o custo da tarifa, retendo o investimento em infraestrutura.
Diante desta negligência, é legitimo e necessário o ato de se manifestar, e é ampla a comoção da população, pois são muitas as indignações. O que não aceitamos num Estado democrático é a forma repressora, violenta com que age a PM nos protestos e no cotidiano da juventude nas periferias. A conduta policial controlada pelo governador de São Paulo tem causado mais revolta e atos extremos por conta de uma minoria dos manifestantes.
É possível, para a Prefeitura de São Paulo, não ceder aos interesses dos empresários e ficar ao lado do povo revogando o aumento da tarifa e promovendo um amplo diálogo sobre as melhorias no transporte público com a população paulistana. Estamos confiantes e sempre na luta!!
União da Juventude Socialista (UJS)