Governo grego fecha canais públicos e trabalhadores reagem
Minutos antes da meia noite desta terça-feira (11), os três canais da Rádio Televisão da Grécia (ERT) ficaram sem sinal por ordem governamental, mas jornalistas e técnicos iniciaram um bloqueio para seguir emitindo, enquanto milhares de pessoas fizeram vigília durante a madrugada. O Sindicato de Jornalistas de Atenas (capital grega) convocou uma greve de 48 horas dos meios de comunicação, a partir das 06h desta quarta (12), contra a decisão do governo de “poupar” o orçamento fechando os canais.
Publicado 12/06/2013 10:06
Mensagens de apoio também foram transmitidas através da internet, assim como declarações de figuras públicas destacadas que criticaram a decisão do Executivo de fechar a rádio e a TV estatais, usando como pretexto a redução dos gastos.
Com o encerramento da ERT, a austeridade cobra a primeira vítima entre os meios públicos de radiodifusão dos países europeus sob o controle da troika, integrada pela Comissão Europeia, o Branco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional.
À medida que passam as horas chegam informações sobre o encerramento da ERT e o despedimento de seus 700 funcionários, que formam a resposta de Atenas à exigência dos credores internacionais de reduzir custos, além de uma tentativa de ocultar o estrepitoso do plano de privatizações.
Segundo fontes do Pasok (Movimento Socialista Pan-helênico), citadas pelo diário Eleftherotypia, o governo apresentou o fechamento da ERT como uma medida necessária para garantir a entrega do próximo, e vital, tramo do empréstimo financeiro, que a delegação dos credores presente na capital deve valorar durante esta semana.
"Felicitações ao governo grego", disse o apresentador de notícias Antonis Alafogiorgos antes de finalizarem a emissão em direto do primeiro canal da ERT, "este é um golpe à democracia".
O líder do principal partido opositor (Syriza), Alexis Tsipras, declarou que a medida era "um golpe de Estado dirigido não apenas contra os funcionários da ERT, mas também contra o povo grego que paga por uma radio difusão pública e têm direito a uma informação objetiva".
O sindicato emitiu um comunicado que culpa os credores de "exigir despedimentos, e não administração pública", e ao governo de "estar disposto a sacrificar a corporação de radiodifusão pública" para cumprir com as exigências externas.
A União Europeia de Radiodifusão, uma aliança entre organizações de meios de comunicação públicos, expressou a sua "profunda consternação", e a Federação Internacional de Jornalistas na Europa também condenou energicamente a medida, qualificando-a de "golpe à democracia, ao pluralismo informativo e aos trabalhadores".
Com informações da Prensa Latina