Brownstone: Incluir Cuba em lista terrorista é "absurdo"
“Os Estados Unidos deveriam estar na lista de patrocinadores do terrorismo internacional porque acolhe grupos criminosos em seu território e tem antecedentes de relações com outros terroristas no mundo”, afirmou nesta terça-feira (4) um reconhecido curador e filantropo estadunidense, Gilbert Brownstone, presidente da fundação que leva o seu nome. O Departamento de Estado dos EUA afirmou que mantém Cuba na lista de terroristas, o que Brownstone chamou de “irracional e absurdo”.
Publicado 04/06/2013 11:12
O estadunidense disse à agência Prensa Latina que, na realidade, Washington teria que dar explicações a Cuba por incluí-la nesta lista. “A hipocrisia dos Estados Unidos é total com a sua moral dupla”, afirmou, recordando ainda os milhares de mortos e danos causados à ilha antilhana pelos planos organizados e financiados desde o estado da Flórida por grupos criminais, na maioria dos casos com a tolerância das suas autoridades.
O controverso informa anual do Departamento de Estado, correspondente a 2012, identifica Cuba, Irã, Sudão e Síria por seus supostos refúgios a indivíduos com nexos e formações extremistas. A lista negra que é divulgada cada ano, desde 1979, inclui ainda um total de 51 organizações estrangeiras, e seu conteúdo foi rechaçado pelo Ministério de Relações Exteriores de Cuba, ao considerar que falta deliberadamente com a verdade.
Brownstone é uma das personalidades que participa na Segunda Jornada de Cinco dias pelos Cinco em Washington DC, em que representantes de 23 nações exigem da Casa Branca uma mudança de política em relação a Havana e a liberação dos antiterroristas cubanos ainda presos em cárceres federais estadunidenses.
Precisamente, este amigo de Cuba e da causa dos Cinco, como são conhecidos Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Antonio Guerrero, Fernando González e René González (este último liberto em 2011 e que retornou a Cuba em abril), assinalou que a jornada está realizando ações muito interessantes.
Em particular, mencionou a concentração de centenas de pessoas frente à Casa Branca e o serviço ecumênico onde discursou a legendária lutadora afro-americana Angela Davis.
O também museólogo, graduado pela Universidade de Sorbone de Paris e de História da Arte com o francês Pierre Francastel (1900-1970), enfatizou que "o padrão duplo do governo estadunidense não tem limites".
“Enquanto os Cinco são submetidos a um tratamento cruel e desumano, os verdadeiros terroristas são tratados como heróis nos EUA”, sublinhou. O humanista doou obras de criadores do século 20 ao povo de Cuba em 2010. Sua Fundação, criada em 1999, dedica-se a apoiar e impulsionar ações solidárias e sociais a favor do desenvolvimento cultural e a educação.
“O tempo de fazer é agora”, reiterou Brownstone, que se desfez de mais de uma centena de peças de artistas como Andy Warhol, Marcel Duchamp, Pablo Picasso, Camille Pissarro, Georges Rouault, Donald Judd, Joan Miró, entre outros.
A valiosa coleção encontra-se em depósito no Museu Nacional de Belas Artes em Havana e constitui a mais importante doação realizada desde que a instituição foi reaberta em 2001. Em uma entrevista anterior com a Prensa Latina, Brownstone advertiu: "tenho meu coração cubano", e disse estar envolvido "com este país há uma década, e depois da minha visita a Gerardo (Hernández), não há nada que não esteja disposto a fazer pelos Cinco".
Fonte: Prensa Latina
Tradução da redação do Vermelho