Exposição fotográfica em SP apresenta universo artístico LGBT

Na década de 1970, a irreverência colorida de grupos como Secos & Molhados e dos atores e bailarinos do Dzi Croquettes chamaram a atenção da fotógrafa Madalena Schwartz. Provocativos, seus espetáculos levavam aos palcos ideias ligadas a liberdade sexual e diversidade, temas considerados transgressores pela ditadura então vigente.

Madalena improvisou um estúdio em seu apartamento, no Edifício Copan, e chamou pessoas do meio artístico de São Paulo para sessões de foto. Algumas dessas imagens integram a exposição Crisálidas, em cartaz a partir deste 31 de maio, no Museu da Diversidade. A mostra, promovida pela Secretaria de Estado da Cultura e pelo Instituto Moreira Salles, com curadoria de Jorge Schwartz, celebra o mês do Orgulho LGBT e a 17ª Parada LGBT, que será realizada neste domingo, 2 de junho.

O tema da exposição é emblemático na vida e obra da fotógrafa. Nascida em Budapeste, em 1921, Madalena emigrou duas vezes: quando a mãe morreu, em 1934, foi para a Argentina para viver com o pai; e em 1960, já casada e com dois filhos, mudou-se para São Paulo, onde morou até 1993, ano de sua morte.

Para ela, fotografar não era uma realização artística, mas sim uma forma de lutar pelo reconhecimento a que todo imigrante tem direito. Nos transformistas e travestis, ele reconhecia pessoas que, de maneiras diferentes da dela, também tinham ousado mudar de caminhos e deixar vidas anteriores para trás.

Os 34 retratos que fazem parte da exposição também podem ser conferidos no livro Crisálidas, lançado no ano passado pela Editora Instituto Moreira Salles (136 pág., R$ 80).

Fonte: Rede Brasil Atual