Cristina Kirchner propõe unidade por justiça e inclusão social
Mais de 700 mil argentinos participaram neste sábado (25) do ato político central em Buenos Aires para festejar o décimo ano de mandato dos Kirchner, dez anos considerados como a década ganha, que se iniciou em 2003, primeiro com a gestão de Néstor Kirchner e depois com a de sua esposa, Cristina Fernández de Kirchner. O espetáculo artístico realizado na ocasião teve uma forte marca latino-americana.
Publicado 26/05/2013 07:09
Participaram do evento que foi realizado na Praça de Maio, em frente à sede do governo, em meio a danças e fogos de artifício, seguidores e militantes do partido governante que vieram de todo o país para festejar com bandeiras argentinas e cartazes onde se lia a expressão “igualdade e justiça”, as conquistas do governo, entre elas: um inédito crescimento econômico, a criação de cinco milhões de novos empregos e políticas sociais.
O argentino Fito Páez, o cubano Sílvio Rodríguez e a Orquestra Sinfônica Juvenil Simón Bolívar da Venezuela deram uma variada pincelada latino-americana ao espetáculo artístico, que contou também com as bandas Café Tacuba, do México, e Paralamas do Sucesso, do Brasil.
Além de suas próprias composições e acompanhado pela Orquestra Sinfônica Simón Bolívar, Páez incluiu obras de Víctor Jara e Chico Buarque.
Só com sua guitarra, Sílvio Rodríguez dedicou ao público que o ovacionou, criações que já pertencem ao imaginário coletivo latino-americano.
O público o acompanhou cantando A gota de orvalho, Praia Girón, Te dou uma canção, entre outras.
Diante da multidão, a presidenta argentina pronunciou um discurso emotivo durante o qual fez um chamado para que o povo defenda os avanços em matéria social e econômica, instando a construir uma “Argentina para todos os argentinos, com unidade, justiça, memória, inclusão social, reformas políticas e benefícios para todos”.
Foi um contundente discurso que repassou a história, valorizou o presente e apontou para o futuro.
“Quero convocar todos para que a esta década ganha siga-se outra década mais. Eu não sou eterna nem quero ser, é necessário que o povo se apodere dessas conquistas para que ninguém possa arrebatá-las (…) se vocês não se organizam, se vocês próprios não participam para defender o que é de vocês, outros vão aparecer no lugar de vocês, como fizeram ao longo de toda a história (…) minha obsessão é que vocês organizem a sociedade unida, de forma solidária e compreendam onde estão seus verdadeiros interesses”, disse a mandatária durante os festejos que se prolongaram durante a noite.
“Esta não é uma praça de ontem nem de hoje, é uma praça do futuro, devemos construir uma pátria cheia de esperança, benefícios e oportunidades para todos os argentinos”, acrescentou.
Cristina referiu-se às críticas da oposição ao seu governo e ao falecido ex-presidente Néstor Kirchner: “Embora pese para alguns, esta é uma década ganha pelo e para o povo (…) Que fique claro que este não é um projeto econômico, mas político”.
Em 25 de maio de 2003, Néstor Kirchner assumiu o poder em uma Argentina devastada pela crise econômica, com a promessa de tirar o país do “inferno” e levá-lo, ao menos, ao “purgatório”; vários analistas creem que a Argentina viveu 10 anos consecutivos de crescimento com uma queda sensível da pobreza.
A comemoração dos 10 anos da “era Kirchner” coincidiu com a celebração do 203º aniversário da Revolução de Maio de 1810, que instituiu o primeiro governo independente no país.
Com agências