Unidade é reforçada no 1º dia do Congresso da CTB-RS

O primeiro dia do 3º Congresso Estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil do Rio Grande do Sul (CTB-RS), realizado no auditório da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), serviu como demonstração de força e unidade da CTB gaúcha. Com a presença de mais de 300 delegados, a pauta foi cumprida rigorosamente.


Foto: divulgação CTB-RS

Depois de ter sido lido e aprovado o Regimento Interno, foi realizada a solenidade de abertura, com a saudação dos integrantes da mesa, composta pelas seguintes pessoas: presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor; vice-presidente Sérgio de Miranda, diretora da Secretaria da Mulher, Lenir Fanton, vice-presidente nacional da CTB Vicente Selistre, Adilson Araújo, diretor nacional da CTB; Edson Borba, Secretário-adjunto do Trabalho e Desenvolvimento Social do Estado; Claudir Nespolo, presidente da CUT-RS; Cláudio Corrêa, da Força Sindical; Eder Pereira, diretor nacional da CGTB e Mauricio Ramos, coordenador internacional da Marcha Patriótica da Colômbia, cujo Fórum pela Paz na Colômbia será realizado em Porto Alegre entre 24 e 26 de maio.

Após, a doutora em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Lobato, fez uma análise da atual conjuntura econômica do país. À tarde, o presidente da CTB-BA e diretor nacional da CTB, Adílson Araújo, abordou os principais desafios da Central. “Na medida em que se discute a sucessão na CTB, um conjunto de quadros está acompanhando, passo a passo, toda a realização dos congressos estaduais. Aqui me surpreendeu ver um congresso que reuniu mais de 300 trabalhadores e trabalhadoras com grande representatividade, o que revela, sobretudo, um impulso do sindicalismo classista na defesa democracia, da soberania e da valorização do trabalho. Portanto os sindicalistas do Rio Grande do Sul estão de parabéns porque percebo que há um entusiasmo de fazer com que as discussões possam fluir e assim pavimentar as condições objetivas à realização não só de um rico debate, mas principalmente, preparar um plano de lutas efetivo para contribuir nas transformações que o Brasil tanto precisa”.

A seguir, em seu pronunciamento, o vice-presidente da CTB-RS, Sérgio de Miranda, advertiu. “Não temos a pretensão de nos tornar especialistas em economia ou análises de mercado, mas esta nova relação entre governo e trabalhadores exige que tenhamos uma atenção redobrada a tudo o que acontece no cenário econômico internacional, nacional e estadual.” Ele considerou a dívida do Estado com a União como um dos grandes entraves ao desenvolvimento do Rio Grande do Sul. “O governo Britto renegociou a dívida que ficou em R$ 11 bilhões no final dos anos 90. De lá para cá, pagamos R$ 18 bilhões e a dívida atual é de R$ 40 bilhões. O juro absurdo cobrado pelo Governo Federal torna essa dívida impagável e cada vez maior, pois consome 13% de tudo o que o Estado arrecada e sobra quase nada para investimentos sociais e serviços básicos para a população que depende do sistema de saúde e de educação pública. A CTB exige uma auditoria e o recálculo dessa dívida, além de que a receita destinada ao pagamento não ultrapasse 8% da receita do Estado”, defendeu.

E qual o papel e a responsabilidade dos trabalhadores nesse processo? “Nosso maior desafio é impedir a flexibilização e a precarização das relações de trabalho. O subemprego, em consequência da terceirização, rebaixou os padrões de salário e de direito. É responsabilidade do movimento sindical mobilizar os trabalhadores e enfrentar as ‘viúvas’ do neoliberalismo e o poder financeiro dos grandes bancos e das multinacionais com sindicatos, federações e centrais sindicais cada vez mais fortalecidos”, disse Sérgio de Miranda.

Protagonismo classista

Em seu discurso, o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, enumerou as diversas atividades em que a Central foi protagonista durante o mandato da diretoria atual. “A CTB tem se destacado no Rio Grande do Sul por uma forte presença junto ao movimento sindical, tanto através da luta social como institucional. Essa atuação lhe rende, na atualidade, significativo prestígio político, junto às demais centrais e ao mundo político em geral. Temos liderado a campanha pela valorização do Salário Mínimo Regional. Em 2012, fomos precursores da luta que reuniu setores expressivos dos trabalhadores e do empresariado nacional contra a desindustrialização e em defesa do emprego e da indústria brasileira”, relatou.

“Participamos ativamente da organização do Fórum Social Mundial, do Fórum Sindical de Saúde do Trabalhador, da luta pela aplicação dos 12% do orçamento na saúde, pela valorização da educação, pela democratização dos meios de comunicação e pelo fortalecimento da agricultura familiar, além do combate permanente contra a criminalização dos movimentos sociais”.

“A CTB do Rio Grande do Sul, junto com a direção nacional, tem pressionando o Governo e o Congresso pelo fim do Fator Previdenciário, pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário, pela valorização do Salário Mínimo, contra a flexibilização dos direitos trabalhistas, e em defesa da CLT, que em 1º de maio de 2013 completou 70 anos e mais uma vez sofre ataques violentos daqueles que querem retirar os direitos consolidados dos trabalhadores. Em nossa gestão, organizamos o Encontro Estadual das Mulheres Urbanas e Rurais da CTB, de grande significado, quando são debatidos temas fundamentais para o bem estar e o futuro das nossas trabalhadoras. Podemos nos orgulhar pela CTB ser uma Central Sindical que está sintonizada com as lutas do nosso tempo”.

As principais atividades programadas para esta sexta-feira (24/5) são a Reforma Estatutária, a aprovação do plano de lutas, a eleição dos delegados para o 3º Congresso Nacional e a eleição da nova diretoria da CTB-RS.

Fonte: CTB-RS