"A imprensa alternativa é central na construção da sociedade"
"A imprensa alternativa é central na construção da sociedade", foi o que declarou Vanessa Silva, editora de América Latina do Portal Vermelho, ao narrar sobre as experiências de mídia alternativa observadas no continente e do papel jogado por estes meios no desenvolvimento da democracia no Brasil, na passagem do aniversário de 1 ano da Rádio Vermelho.
Érika Ceconi, da Rádio Vermelho em São Paulo
Publicado 23/05/2013 17:42
Durante a entrevista, Vanessa, que foi editora na Rádio Unesp Virtual, pontuou as experiências com mídia alternativa em países como a Venezuela e destacou que essas experiência foram fundamentais para o embate contra a mídia hegemônica. Do mesmo modo que no Brasil a criação do Vermelho e dos demais meios alternativos também foram.
"O Vermelho foi criado há 11 anos e hoje possui uma estrutura muito maior, com TV e Rádio, e com um amplo acesso. Essa estrutura compõe um movimento amplo, que é composto por outras entidades e pelos chamados blogueiros progressistas, e que busca fazer frente ao que é colocado pela velha mídia. De modo que essa velha mídia não fala mais sozinha, o Vermelho e os demais meios conseguem, de alguma maneira, fazer um significativo contraponto ao que está aí", destacou a jornalista.
Sobre a iniciativa de se criar a Rádio Vermelho, Vanessa Silva pontuou que quando a proposta foi colocada ela achou muito interessante, porque o formato do rádio permite, de certa maneira, ir além da entrevista escrita, pois é possível aprofundar mais as questões, com mais liberdade e abrangência.
“Penso que a formatação da rádio nos moldes de agora acrescentou muito ao Portal, seja porque construiu um público cativo, seja pela complementaridade ao que é trabalhado pelo Portal. Ou seja, se o portal busca cumprir com a cobertura que a gente chama de hard news, a rádio busca ampliar o debate me torno das questões, oferecendo para o ouvinte a opinião direto da fonte”, externou a editora de América Latina.
Ela destaca que “a vantagem de uma rádio web é que ela não tem os limites territoriais que geralmente tem uma emissora tradicional, principalmente as rádios comunitárias. E por ser na web a resposta é mais rápida, o contanto fica mais fácil com o seu público. Ou seja, fica mais fácil de identificar a crítica do ouvinte e as propostas que surgem a partir das pautas que abordamos”.
Mídia alternativa na América Latina
No que se refere à importância da comunicação alternativa, Vanessa falou sobre as experiências de comunicação alternativa em países como a Venezuela, Argentina, Equador e na Bolívia. Segundo ela, esses meios desempenham um papel fundamental na contrainformação, que é o que o Portal Vermelho, e suas mídias realizam há 11 anos no Brasil.
“Por que os meios alternativos atuam na contrainformação? Porque os meios de comunicação hegemônicos atuam como partido político, que defende o status quo e de forte oposição ao que é promovido pelos chamados governos progressistas e populares em curso na América Latina”, explicou Vanessa.
Ela acrescenta que “no caso do Brasil, mesmo com alguns avanços, o cenário da mídia ainda precisa avançar muito, especialmente quando comparamos com as experiências na América Latina. Realizamos a 1ª Conferência de Comunicação, agora precisamos por em prática o que foi definido pelos entes que participaram daquele debate. Além disso, a questão do financiamento é central nesta disputa e o Estado precisa entender isso e fomentar o fortalecimento da mídia alternativa no país”.
Ouça a reflexão na íntegra: